Portugal aplicou um recital de finalização, nesta quarta-feira, no jogo de preparação frente à Andorra, em que encarrilou sete golos em 25 remates efetuados, contra uma congénere que nem por uma ocasião rematou à baliza rival.
Aliás, a Seleção Nacional conseguiu pela quinta vez ficar com a baliza a zeros, algo que já não sucedia desde 2009, era então Carlos Queiroz o selecionador.
Num jogo em que Renato Sanches, Cristiano Ronaldo e João Félix escreveram o seu nome na lista de marcadores, a Luz brilhou ainda com mais intensidade para Pedro Neto e Paulinho que se estrearam com a camisola da Seleção Nacional, assim como Domingos Duarte, e ainda para mais a marcar. E no caso do avançado do Sporting de Braga foi mesmo a dobrar. Algo que já alguém não conseguia – marcar a duplicar na estreia – desde Rúben Micael em 2011.
Faça-se também a ressalva de que não é assim tão comum Portugal marcar sete golos, e o campeão da Europa já teve alguns confrontos contra seleções da dimensão de Andorra nos últimos anos, mas só por duas vezes na última década almejou números tão galopantes: em 2010 frente à Coreia da Norte e em 2016 diante da Estónia.
Figura do jogo: Aos 28 anos Paulinho conseguiu a sua primeira internacionalização e melhor estreia não podia ter almejado, afinal poucos são os que se podem gabar de ter vestido a camisola do campeão europeu, e logo na primeira partida conseguir um bis. Dois golos e muito futebol que podem complicar, e muito, as contas de próximas convocatórias para Fernando Santos, afinal cada vez há mais candidatos para a frente de ataque.
Surpresa do jogo: Mário Rui foi uma fonte inesgotável de energia em campo. Terminou o jogo frente a Andorra com duas assistências, seis passes para finalização e ainda uma oportunidade soberana para arrombar a baliza de Gomes. Foi um ‘turbo’ de alta voltagem pela canhota do ataque português e um servidor premium na hora de distribuir jogo para os seus companheiros.
Desilusão: Aarón Sánchez fez apenas figura de corpo presente no estádio da Luz. Pouco ou nada fez este avançado da seleção de Andorra que foi completamente sugado pelo meio-campo de Portugal. Uma noite para apagar da memória e que pouco pode acrescentar ao seu curriculum desportivo.
Fernando Santos: Terminou o jogo na Luz com a nota máxima. Rodou a equipa, deixando quase todos os putativos titulares do jogo contra a França, do próximo sábado, no banco de suplentes, pelo menos até ao início da etapa complementar. Se o jogo de Andorra trouxe uma boa dor de cabeça ao engenheiro é que afinal o lote de escolhas ainda é maior do que se pensava. Paulinho, Domingos Duarte e Pedro Neto estrearam-se na Seleção e todos, sem exceção, disseram a Fernando Santos que são figuras a contar para próximos certames desportivos.
Koldo Álvarez: O selecionador de Andorra sabia que não ia ter tarefa fácil na visita à capital portuguesa, mas saiu com uma despesa, certamente, maior do que a que esperava. Uma equipa que não deu réplica a atacar, mostrou dificuldades gritantes em ter a bola na sua posse e apenas a defender ia dando um ar da sua graça, nomeadamente através das belas intervenções do guardião Gomes. Pede-se mais a esta seleção de Andorra? Talvez seja difícil, afinal num principado com pouco mais de 70 mil habitantes e quando oito dos titulares têm mais de 30 anos, é caso para perguntar: Onde estão os ‘ovos’ para construir uma seleção de qualidade?
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