Não poderia acabar o ano de uma maneira melhor. Miguel Oliveira conquistou a pole position, venceu o Grande Prémio de Portugal, fez a volta mais rápida da corrida e dominou a prova do primeiro ao último quilómetro.
Uma amostra clara do talento do Falcão português e um bom prenúncio para a nova época, onde Miguel Oliveira irá trocar de equipa. Mas já lá vamos… Primeiro, as contas de 2020.
Foi um ano muito positivo para o piloto português, que subiu duas vezes ao pódio, e logo ao lugar mais alto. Em Estíria e em Portimão, Miguel Oliveira venceu e fez história ao tornar-se no primeiro luso a triunfar na categoria mais alta do motociclismo.
A época terminou com um 9.º lugar na classificação geral, com 125 pontos, ficando apenas a 14, por exemplo, do terceiro classificado, Alex Rins. Foi uma temporada muito competitiva, num panorama geral, que também se deveu à infeliz lesão de Marc Márquez logo no início do Mundial.
Miguel Oliveira fez uma época regular, mas a pergunta que se terá de fazer é: Onde poderia ter terminado o português caso não abandonasse em três corridas? O português da KTM Red Bull Tech 3 não pontuou em quatro provas, sendo que em três delas teve de abandonar devido a quedas. E, nesses três abandonos, dois deles foram provocados por colisões com Brad Binder e Pol Espargaró, em que, é preciso salientar, os pilotos da KTM de fábrica… não ficaram muito bem na fotografia.
Essas foram até provas em que a RC16 de Miguel Oliveira se mostrou muito competitiva. No entanto, o que fica são os factos e não as possibilidades. O português, caso não tivesse caído, poderia ter somado vários e importantes pontos para as contas do Mundial e, quem sabe, alcançar um top5 já este ano.
Depois de dois anos de grande evolução na carreira de Miguel Oliveira, e também na sua moto, o português vai deixar a equipa satélite da Tech3 e juntar-se à KTM de fábrica. Um passo em frente nas ambições do piloto natural de Almada, que permite projetar um próspero ano de 2021. Contudo, há vários fatores a ter em conta.
Uma mudança de equipa leva sempre a uma nova adaptação, e a verdade é que Oliveira estava já muito confortável e familiarizado com toda a estrutura dos franceses da Tech3. A teoria diz-nos que a subida à equipa de fábrica é sempre um passo em frente, embora seja preciso confirmá-lo. Se a KTM continuar a desenvolver a sua moto como tem feito até aqui, perspetivam-se boas corridas em 2021 para o Falcão.
Porque uma coisa é certa: talento não falta a Miguel Oliveira, consistência também não, e motivação o piloto português tem de sobra, depois de um ano de 2020 muito bom na carreira. Talvez seja cedo para apontar ao título, mas esta temporada mostrou que tudo é possível, que o diga a Suzuki… Marc Márquez estará também de volta, ao que tudo indica, mas acreditamos que será possível a Miguel Oliveira atingir um top5 no final de 2021.
Para quem segue a carreira de Miguel Oliveira, o sucesso do piloto português não será estranho. Desde as categorias inferiores que o #44 (mudou para #88 quando chegou ao MotoGP) foi um número sempre ligado à grande qualidade em pista.
Nem tudo foram rosas, mas é também de espinhos que se fazem os campeões. Miguel Oliveira teve anos complicados, mas alcançou dois vice-campeonatos em Moto3 e Moto2, antes de chegar ao MotoGP. E, aliás, o seu sucesso esteve sempre ligado à… KTM.
Começando pela categoria mais baixa, Moto3, Miguel Oliveira teve o seu ano de ouro em 2015, quando venceu seis corridas e somou nove pódios. Não foi o suficiente para conquistar o campeonato, mas foi o que bastou para impressionar o mundo do motociclismo. No ano seguinte, o português deu o salto para a Kalex, em Moto2, mas com apenas 33 pontos, foi um ano particularmente difícil.
Miguel não baixou o braços, com a ajuda do seu pai chegou novamente à KTM, e foi então que a dupla fez novamente sucesso. Os pódios e as vitórias voltaram a surgir, e o Falcão terminou o Mundial de Moto2 em 2017 na 3.ª posição. No ano seguinte, o voo foi ainda mais alto e alcançou o estatuto de vice-campeão, antes de se aventurar no MotoGP. Miguel Oliveira conquistou 297 pontos no Mundial de Moto2 e começou a escrever a sua página de história na categoria rainha do motociclismo.
Fonte : Noticiasaominuto
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