Os nomes foram anunciados pelo Presidente da República através uma nota publicada na página internet da presidência. Uma mudança relevante pode ser observada : este ano, contam-se oito mulheres, duplicando o número do ano 2015. Outra alteração pode ser destacada neste novo governo constitucional, que toma posse nos fins de outubro. De facto, nota-se a presença de cinco novos membros no Conselho de Ministros e a saída de três outros. O elenco governamental apresentado por António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, ainda assim, é caracterizado como um executivo de continuidade, definido como “coeso, estável, com competência técnica e política e mais paritário ”.
As reações face ao novo elenco governamental foram bastante mitigadas. Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, confessou achar errado o mantimento dos mesmos Ministros para as pastas da saúde e das finanças. Exprimiu-se assim : “Não sei se esta escolha do Primeiro-Ministro é para ter um serviço nacional de saúde mais forte ou para continuar a ser as finanças a dominar sobre a saúde dos portugueses. Creio que é a segunda hipótese”. Miguel Guimarães acredita que António Costa não aproveitou a “nova oportunidade” dos portugueses, e considera que Mário Centeno, Ministro das Finanças, e Marta Temido, Ministra da Saúde, são plenamente responsáveis do estado da saúde em Portugal.
Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, também comunicou a sua opinião : explicou esperar uma mudança da parte da Ministra da Saúde em relação à classe. Não só acredita que “há margem para corrigir trajetos”, mas também se mostra disponível para dialogar e resolver problemas em conjunto.
Em relação à Educação, o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, qualifica de “afronta e provocação” a continuidade do Ministro do mesmo setor, Tiago Brandão Rodrigues. Nogueira defende que o Ministro da Educação não soube enfrentar os problemas, pois nem sequer esteve aberto ao diálogo. Porém, o Presidente da FNE (Federação Nacional da Educação) acredita que o Ministro tem pelo menos a vantagem de já conhecer os problemas do setor. Segundo ele, esta escolha de Ministro não é necessariamente negativa porque, quem tem de assumir a pasta da Educação não é apenas o Ministro, mas todo o Ministério.
Contudo, as escolhas de António Costa não foram todas criticadas. Pelo contrário, o Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), saudou o mantimento de Francisca Van Dunem como Ministra da Justiça. Aliás, também considerou que esta escolha era “a melhor opção”, visto que a Ministra conhece perfeitamente o setor e é capaz de dialogar com quem for necessário.
Foi igualmente bem aceite a continuação do João Pedro Matos Fernandes como Ministro do Ambiente, desta vez por associações ambientalistas.
As escolhas de António Costa em relação aos diferentes Ministros que compõem o novo governo constitucional criaram, efetivamente, reações bastante contrastadas. Aplausos e críticas foram recebidos.
Cindy Pinheiro
capmag@capmagellan.org
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