Por já terem passado por uma greve similar há alguns meses atrás, muitos portugueses anteciparam se e começaram a atestar os seus depósitos três dias antes do começo do movimento. O primeiro ministro António Costa foi, do mesmo modo, extremamente reativo : anunciou, no sábado precedente a greve, o estado de crise energética. Em consequência, foi definida a Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (ou REPA) com 374 postos onde o abastecimento era limitado a 15 litros de combustível por pessoa, como anunciado pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.
A preocupação era grande, especialmente por ser a semana mais importante das férias de agosto, mas as devidas medidas foram tomadas a tempo. Além de terem sido impostos limites de aprovisionamento, foram designados certos motoristas para abastecer os postos de combustíveis, e no caso destes recusarem, não só seriam demitidos, mas também podiam ter mais consequências por desobedecerem, arriscando multas elevadas e até dois anos de encarceramento. Do mesmo modo, cerca de 500 polícias e militares foram formados para conduzirem camiões-cisterna caso demasiados motoristas recusassem o trabalho.
Além disso, decidiu que terminasse a rede REPA a partir das 10h do mesmo dia, fazendo com que todos aqueles postos começassem a abastecer o público em geral. Finalmente, também determinou que fosse elevado para 25 o limite dos litros podendo ser vendidos durante aquele dia.
Pardal Henriques, advogado e porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), anunciou que a greve tinha sido desconvocada por finalmente estarem reunidas as condições para poderem negociar com a Associação Nacional dos Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e com o Governo. Consequentemente, foi agendada para dia 20 de agosto uma reunião entre o SNMMP e a ANTRAM no Ministério das Infraestruturas.
“Se não tivéssemos o dispositivo que temos, provavelmente não teríamos tido o resultado que tivemos” disse António Costa, relativamente às forças policiais, elogiando o seu papel durante aquele período de crise. De facto, sem estes e não só, a greve poderia ter tido consequências muito mais graves.
Contudo, Portugal ainda não está isento de tais movimentos, pois, mais um sindicato esta a ameaçar fazer greve : o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado quer protestar. Estes procuram ter um aumento salarial, bem como uma progressão nas carreiras e uma reforma dos serviços. As greves não estão prestes de acabar no país.
Cap Magellan
14/09/2019
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