No final do ano passado, os preços por barril de petróleo custavam cerca de 66 dólares. No entanto, neste momento, não passam de metade desse valor. É a maior queda diária desde 1991.
A descida de preços nas recentes semanas deveu-se à junção de dois fatores principais. A fortíssima contração da atividade económica, provocada pela pandemia do novo coronavírus, e o desentendimento entre a Arábia Saudita e a Rússia, dois dos maiores produtores mundiais, que anunciaram que deixariam de cumprir os limites de produção antes em vigor.
Isto conduziu a uma alteração radical do ponto de equilíbrio entre a oferta e a procura, que beneficia países importadores como Portugal, mas prejudica os países exportadores.
A queda na procura do petróleo, o abrandamento no consumo de carvão e a suspensão de milhares de voos fazem com que se registe uma redução de emissões de CO2, calculada em 9,6 milhões de toneladas.
Nos primeiros meses do ano, o consumo de carvão nas fábricas caiu 36%, e a produção de carvão caiu 29%, tendo a capacidade de refinar petróleo sido reduzida em 34%.
Segundo o site Carbon Brief, as medidas da China para conter o novo coronavírus levaram a uma redução entre 15% e 40% da produção nos principais sectores industriais. Com a redução na produção de carvão da China mais a redução na venda de barris de petróleo, a quebra das emissões de CO2 será acima de 6% no final do ano.
A aviação, responsável por cerca de 2% das emissões globais de CO2, é um dos lados mais visíveis das consequências do coronavírus, com milhares de ligações anuladas. Só em Portugal, a TAP anunciou o cancelamento de 2500 voos.
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