Quiçá Rebelo de Sousa irá aproveitar o anúncio do dia 24 de novembro – em que indicará a data oficial da primeira volta do escrutínio – para confirmar a sua recandidatura ou não. Será que Marcelo irá abandonar de vez o Palácio de Belém? Se assim for, e segundo as sondagens, a ex-diplomata e ex-eurodeputada socialista Ana Gomes é a favorita para o substituir. Mas são vários os candidatos a “novo inquilino”. Entre eles, as sondagens mais recentes mencionam o atual presidente Marcelo Rebelo de Sousa, seguido por Ana Gomes, André Ventura, Marisa Matias e João Ferreira em empate com Tiago Mayan.
A Ana Gomes já é bastante conhecida do povo português. Destacou-se nos últimos tempos como apoiante do denunciante português Rui Pinto. Ela teve um amplo percurso como diplomata até ao início dos anos 2000. Mas abandonou a carreira diplomática para investir na política. Em 2004, ela foi eleita eurodeputada na lista do Partido Socialista. Durante os dois mandatos sucessivos, Ana Gomes destacou-se como defensora do Estado de Direito e como federalista europeia convicta, fazendo parte do Grupo Spinelli no Parlamento europeu. Hoje, ela apresenta a sua candidatura à Presidência da República com o apoio de dois partidos, o Livre e o PAN, por uma “república justa e solidária”.
André Ventura é o fundador e líder do Chega, partido de extrema-direita. Ficou conhecido junto do público por ser comentador de futebol e associado ao clube de futebol SL Benfica. Além de comentador, Ventura é professor universitário em Direito. Foi eleito deputado nas Legislativas de Outubro 2019. Destacou-se até ao momento por várias declarações xenofóbicas e racistas. Apesar de reiterar que o Chega não é um partido de extrema-direita, não passaram despercebidas as saudações nazi de membros nos comícios e outros eventos do partido liderado por André Ventura. E talvez seja por isso que ele apresenta-se como o candidato antissistema…
Marisa Matias é socióloga e a candidata do Bloco de Esquerda. Já era candidata nas últimas eleições presidenciais em 2016 e atingiu o terceiro lugar no escrutínio. Destacou-se até ao momento como deputada do Parlamento europeu desde 2009 e, em 2019, foi reeleita para um terceiro mandato. Para as eleições presidenciais de 2021, ela soma vários apoios de personalidades nacionais e europeias, em particular colegas do seu grupo parlamentar europeu. Na sua declaração de candidatura, Marisa Matias insistia que a “liberdade e a segurança” são a sua luta.
O comunista João Ferreira é, tal como Marisa Matias, deputado europeu desde 2009. A sua formação de origem é a biologia, tendo trabalho no passado como consultor. A sua candidatura é apoiada pelo PCP e, de momento, encontra-se entre 1% e 2% das intenções de votos nas sondagens em empate com o candidato da Iniciativa Liberal, Tiago Mayan. Este, por sua vez, é advogado de profissão e foi eleito à nível local nas últimas autárquicas em 2017. É um dos membros fundadores do jovem partido liberal e é uma das figuras dirigentes. Mayan quer apresentar uma “alternativa liberal” ao país.
Além destes candidatos, outros ainda anunciaram a sua candidatura à Presidência da República. É o caso de Tino de Rans ou de Bruno Fialho. Por enquanto, Marcelo é destacado o grande favorito à vitória. Mas sem o anúncio oficial da sua candidatura, a perspetiva de um novo inquilino no Palácio de Belém é uma realidade.
Artigo publicado no CAPMag de dezembro
Adeline Afonso, estudante de Sorbonne Université
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