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17 décembre 2024De acordo com um estudo conduzido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Brasil conseguiu produzir 93,1% da eletricidade nacional com fontes renováveis em 2023, o que representa o maior percentual da sua história. No total, foram gerados 70,2 mil MWm (megawatts médios) de energia limpa no ano passado, por meio de usinas hidrelétricas, parques eólicos, fazendas solares e usinas a biomassa. O país já era considerado um líder mundial em matéria de energias renováveis. Ao bater este novo recorde, o Brasil reforça essa posição e coloca-se acima da média global, que é um pouco mais de 30%. Também constitui uma excepção entre os Brics (Brasil, Rússia, África do Sul, Índia e China). Nos outros países do agrupamento, a eletricidade provém principalmente de fontes fósseis e não renováveis.
A tecnologia hídrica foi a principal fonte de produção energética, representando 58% da eletricidade produzida a nível nacional. As usinas conseguiram até mesmo terminar o ano com níveis de reservatório confortáveis para enfrentar o período sem chuvas de 2024. Quanto às fontes solar e eólica, foram responsáveis por 13 mil MWm, o que corresponde a um aumento de 23,8% em relação a 2022. Segundo a CCEE, “o avanço foi puxado pelo cenário climatológico favorável, em especial para a produção de energia solar, e pela entrada de novas usinas no Sistema Interligado Nacional (SIN)”. A geração de eletricidade por meio de painéis ultrapassou pela primeira vez a eólica, passando a representar 15,6% da matriz elétrica e ficando atrás apenas da energia hídrica, segundo o Balanço Energético Nacional, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia. No último ano, o método da geração distribuída teve um importante desenvolvimento (+42,5%) que permitiu limitar o aumento da procura nacional já que, neste sistema, o consumidor produz a sua própria energia. Esta técnica de produção de energia teve sucesso principalmente em Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Por último, a percentagem de biomassa no cabaz energético continuou a crescer já que o Brasil é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do mundo que tem portanto uma grande quantidade de bagaço que pode ser convertido em energia.
Além da dimensão ecológica, os dados partilhados pela CCEE sublinham os benefícios económicos destas alterações na matriz energética brasileira. “O crescimento das fontes renováveis gera emprego e renda, representa um avanço do Brasil na meta de descarbonização e uma vitória para o meio ambiente”, declarou Alexandre Ramos, presidente do Conselho de Administração da organização. Como no resto do mundo, a conscientização sobre a importância da sustentabilidade e a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa ganham cada vez mais espaço no Brasil. Com um território vasto e condições climáticas favoráveis às fontes solar e eólica, o país pode desempenhar um papel fundamental na produção de energia limpa. O governo federal definiu como objetivos para os próximos anos a consolidação das energias solar e eólica, bem como a diversificação da matriz energética. Já tem adotado medidas para enfrentar o desafio. Por exemplo, o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) oferece subsídios para a geração de energia através de fontes alternativas e o Programa Nacional do Hidrogênio (H2 Brasil) busca desenvolver a tecnologia de produção de hidrogênio verde.
Céline Crespy
Foto: marliesplatvoet / Pixabay
Fontes :
Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica (CCEE): www.ccee.org.br
Ministério de Minas e Energia: www.gov.br/mme
Publicado a 17/12/2024