Les coulisses de “Jardins Nocturnes” : entretien avec les acteurs de la pièce d’Odette Branco sur Florbela Espanca
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29 novembre 2023Durante os meses de setembro e de outubro, a peça Jardins Nocturnes, de Odette Branco, que representa a poetisa Florbela Espanca durante as últimas horas da vida dela, era representada todos as quinta-feiras no teatro Clavel, em Paris. A autora da peça, Odette Branco, ofereceu-nos uma entrevista exclusiva!
Cap Magellan : Boa tarde Odette. Estou aqui para lhe fazer algumas perguntas sobre a sua obra Jardins Nocturnes. Como é que teve a ideia de escrever esta peça?
Odette Branco : Este projeto surgiu em 2014. Independentemente de ser lusodescendente criada em Paris, tinha a necessidade e a vontade de falar de um autor português. Pensei em adaptar a poesia de Florbela ao teatro e falar da vida dela ao mesmo tempo. Integrei a poesia à peça para dar a conhecer esta poetisa portuguesa com imenso relevo, em França. Entretanto, por volta de 2019, organizamos leituras da peça, que ganhou um certo relevo. No entanto, ficamos parados com o confinamento e a pandemia em 2020. Retomamos novamente a peça agora e desta vez é representada em frente ao público!
Cap Magellan: Porque é que decidiu mostrar a poesia de Florbela Espanca especificamente em França?
Odette Branco : Porque é uma poetisa que todos temos de conhecer, que pode tocar a todos. A poesia dela é muito apreciada, independentemente de ter aparecido no século XX. O que é interessante nela é também o seu estado de espírito, que toca mais ou menos a cada um de nós. Encontramos no seu trabalho questões existenciais que temos todos. No início, o meu objetivo era trazê-la além fronteiras! Os atores começaram a colaborar comigo, atores parisienses, e reparei que toda a gente tinha um interesse por essa poetisa.
Cap Magellan : Porque é que decidiu contar precisamente o último dia da vida dela?
Odette Branco : Para adaptar ao teatro, a minha intenção era captar o estado de espírito. Pensei inicialmente num monólogo. Acho que o mistério da Florbela também são os seus pensamentos escuros, os seus regrets. Nesta última soirée, a cena é como um monólogo, porque as personagens são como fantasmas de pessoas que tiveram uma certa importância na vida dela: o irmão falecido dela, a Florbela jovem, o Ideal… A peça é talvez uma espécie de reencontro com estes fantasmas, uma tentativa de explicar o que acontece nesse momento, nas últimas horas de vida dela.
Cap Magellan : Gostou do resultado final da peça?
Odette Branco : Sim, imenso! Com o teatro escrito, vê-se menos o interesse do gênero, que é atuar. A equipa é muito interessante e compreendeu o estado de espírito. O encenador também trabalhou imenso pelo sucesso da peça! Normalmente os autores não participam muito no processo de encenação, mas foi um espaço que se criou entre nós para refletir sobre a peça.
Cap Magellan : A minha última pergunta é a pergunta que faço no fim de todas as minhas entrevistas: tem uma mensagem para os jovens lusodescendentes?
Odette Branco : Que vão ao teatro, que se interessam pelos autores lusófonos e lusodescendentes, os autores portugueses que são menos conhecidos, antigos e contemporâneos!
Cap Magellan : Muito obrigada Odette! Muito sucesso para a peça!
Convidamo-los em continuar a seguir este incrível projeto, esperando novas representações! Podem seguir a conta instagram da peça e continuar a informar-se sobre o trabalho de Florbela Espanca.
Entrevista realizada pela Julie Carvalho,