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14 octobre 2024De acordo com o Boletim Eletricidade Renovável elaborado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Portugal conseguiu produzir mais de 83% da eletricidade nacional com fontes renováveis (eólica, hidroelétrica e solar) durante os primeiros sete meses de 2024. Fica na quarta posição entre os países com maior incorporação renovável na Europa, atrás da Noruega, da Áustria e da Dinamarca.
A parte das fontes limpas na produção de eletricidade entre janeiro e julho aumentou de 14,2% em relação aos valores registados no ano passado. Verifica-se também uma queda na produção de eletricidade fóssil de mais de 15% face ao período homólogo em 2023. A descida justifica-se principalmente por uma redução da produção energética a partir de gás natural. “Os primeiros sete meses do ano ficam marcados pela descida acentuada da produção de eletricidade fóssil, alavancada pela queda no gás natural, mas, sobretudo, pelo fortalecimento das fontes de energia renováveis, como a solar e a hídrica” declarou Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN. No mês de julho, por exemplo, a tecnologia eólica foi a principal fonte de produção energética, representando 25,6% da eletricidade produzida a nível nacional. Quanto à tecnologia hídrica, já representa 38,3% do consumo total de eletricidade em Portugal.
Por sua vez, a Redes Energéticas Nacionais lamenta que a energia solar só representa 7% do mix elétrico português apesar das condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento desta fonte energética. No entanto, “a componente solar continua a crescer substancialmente” refere a REN. Os dados são encorajadores já que o mês de abril registou “a maior expressão mensal de sempre para a energia solar”, com 10,5% do consumo de eletricidade do país.
Além da dimensão ecológica, os dados partilhados pela APREN sublinham os benefícios económicos destas alterações na produção de eletricidade. Entre janeiro e julho, o preço médio horário registado no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) em Portugal foi de 44,3 € por MWh (megawatt por hora), o que representa uma redução de 50,9% em relação ao mesmo período em 2023. Durante este período, foram registadas 1 627 horas não consecutivas em que a geração renovável foi suficiente para produzir toda a energia de que todos os aparelhos elétricos residenciais e as indústrias de Portugal continental necessitam para funcionar, com um preço horário médio no MIBEL de 35,1 €/MWh.
Os resultados alcançados em julho de 2024 e no acumulado dos primeiros sete meses do ano demonstram o compromisso de Portugal em combater as mudanças climáticas. O governo português definiu como objectivo para 2030 atingir 80% de eletricidade renovável, nomeadamente através do desenvolvimento do setor da energia eólica offshore. No ano passado, Portugal tinha a terceira maior percentagem de energia eólica no seu cabaz elétrico (29%), atrás da Irlanda (36%) e da Dinamarca (58%). O país ambiciona uma “rápida duplicação” de uma capacidade eólica, de 5 GW em 2022 para 12 GW em 2030. Portugal já se posiciona entre os 5 líderes no mercado mundial. Embora ainda hoje continue entre os países importadores de electricidade com um saldo de 4 236 GWh (gigawatts por hora) comprados no estrangeiro – entre 1 de janeiro e 31 de julho de 2024, o sistema elétrico de Portugal registou importações de eletricidade equivalentes a 7 652 GWh e exportações de 3 416 GWh – Portugal parece capaz de enfrentar o desafio.
Céline Crespy
Foto : pexels / Khanh Nguyen
Fontes :
Boletim Eletricidade Renovável – Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) :
https://www.apren.pt/pt/publicacoes/apren/boletim-das-energias-renovaveis/
Redes Energéticas Nacionais (REN) : www.ren.pt
Publié le 14/10/2024