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5 mars 2021O programa europeu Erasmus+ beneficia em primeiro lugar os jovens. Com a pandemia de COVID-19, o programa de mobilidade europeu foi bastante impactado. Logo na primeira vaga da crise pandémica entre março e abril de 2020, foram adiados ou cancelados os projetos de estudo e/ou de estágio de milhares de estudantes.
No início do ano letivo 2020-2021, vários universitários ainda conseguiram partir como era previsto enquanto outros tiveram a sua escolha de mobilidade cancelada pelas universidades de acolhimento. Outros estudantes ainda tiveram a experiência inédita de mobilidade virtual ou híbrida.
Desde o dia 1 de junho de 2020, é possível realizar uma mobilidade mista ou híbrida com o programa Erasmus+. A plataforma “Mobility Tool” – que permite a gestão e o “reporting” de projetos apoiados pelo programa Erasmus+ – foi adaptada às circunstâncias atuais. Agora, é possível declarar as datas da mobilidade física bem como as datas da mobilidade virtual de cada participante. Atualmente, várias instituições de ensino superior já não dispensam aulas presenciais devido às restrições sanitárias impostas pelos seus governos nacionais. É, por isso, que as universidades deram aos estudantes estrangeiros a possibilidade de iniciar a sua mobilidade de forma remota para depois – se a situação o permite – realizar a mobilidade fisicamente. O mesmo se aplica aos estagiários, alguns dos quais iniciaram a sua mobilidade através do teletrabalho e poderão, a determinado momento, continuar presencialmente.
O contexto da crise pandémica levou a Comissão Europeia a tomar várias medidas excecionais para proteger a viabilidade do programa de mobilidade internacional mais conhecido do mundo. Primeiro, a Comissão de Von der Leyen emitiu orientações para as agências nacionais Erasmus+, permitindo-lhes invocar cláusulas de “força maior”. Assim, é possível cobrir certos custos adicionais para estudantes e/ou professores em mobilidade.
Em 2020, estava previsto renovar, suprimir ou criar acordos interinstitucionais Erasmus+ para os anos 2021-2027 que estabelecem as possibilidades de mobilidade para estudantes, professores e técnicos administrativos do ensino superior. Dado o caos organizacional criado pela pandemia, a Comissão Europeia anunciou que todos os acordos interinstitucionais eram automaticamente prolongados por mais um ano. Portanto, as negociações dos novos acordos retomarão no primeiro semestre de 2021.
Houve uma queda acentuada do número previsto de mobilidade internacional para o ano letivo de 2020-2021. Dado o contexto de incerteza, vários jovens desistiram do projeto de mobilidade e irão tentar a sua sorte
no próximo ano. Outros, tencionando partir de qualquer forma, foram avisados pelas universidades de acolhimento que a sua mobilidade foi cancelada para o primeiro semestre ou para o ano inteiro. De facto, várias instituições de ensino superior decidiram cancelar toda a mobilidade internacional de envio ou acolhimento de estudantes. São vários os testemunhos de estudantes que sentem uma frustração. A mobilidade europeia e/ou internacional é um aspeto fundamental da formação académica de muitos universitários. Também este aspeto está a contribuir para a ansiedade e o mal-estar dos jovens. É de sublinhar que apesar da quebra de números este ano, regista-se uma percentagem equivalente aos outros anos no que consta à porção de candidaturas para efetuar uma mobilidade em 2021-2022. E nem a saída do Reino-unido deixou de interessar os estudantes europeus. A mobilidade no estrangeiro ainda suscita, e talvez mais do que antes, o sonho e a esperança na nossa juventude.
Adeline Afonso
Étudiante à Sorbonne Université
capmag@capmagellan.org