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10 novembre 2022O PCC e o sistema prisional
O início de uma das maiores organizações criminosas do Brasil em uma vingança contra o sistema prisional.
O PCC é o Primeiro Comando da Capital, uma das maiores organizações criminosas do Brasil. Eles atuam há 28 anos em atividades ligadas à criminalidade na América latina. São cerca de 30 mil pessoas envolvidas. As suas atividades concentram-se no tráfico de drogas, roubos de cargas, assaltos a bancos e sequestros com uma estimativa de 400 a 800 milhões de reais por ano.
Esta organização surgiu em 31 de agosto de 1993, no vale da Paraíba paulista. Ao princípio, era uma organização que queria defender os seus direitos e combater o sistema prisional, mas, devido a muitos problemas que surgiram, o combate tornou-se mais forte.
No começo, esta organização pretendia então “combater a opressão do sistema prisional paulista”, mas tudo mudou com o Massacre do Carandiru. Esse massacre foi uma chacina que ocorreu no Brasil a 2 de outubro de 1992, quando uma intervenção da Polícia Militar do Estado de São Paulo assassinou detentos para conter uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo. A intervenção da polícia causou a morte de 111 detentos. Os motivos desse massacre são indefinidos porque, há quem diga, como o Coronel Ubiratan Guimarães, que a intervenção que se iniciou com uma briga de presos durante uma partida de futebol. Isso não faz sentido. A sua real motivação era eliminar detentos.
Os policiais foram parar no Superior Tribunal de Justiça que restabeleceu as suas condenações no Carandiru de uma pena que varia de 125 a 600 anos. Hoje em dia este local abriga instituições educacionais e de cultura, o Parque da Juventude e a Biblioteca de São Paulo.
Devido à intervenção que aconteceu, houve consequências dramáticas: o PCC começou a ser liderado por “Geleião e Cesinha”, responsáveis pela aliança do grupo com o grupo criminoso Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.
A facção criminosa PCC usava um símbolo chinês em preto e branco “para equilibrar o bem e o mal com sabedoria”.
O “Geleião” e a “Cesinha” passaram a organizar atentados violentos contra os prédios públicos, a partir do Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.
No fim de 2012, o PCC começou um ataque contra policiais. Foi feita uma ordem de instrução pelos líderes do PCC para espalhar aos membros da quadrilha que estavam fora da penitenciária. Durante aproximadamente trinta dias, todos os dias, um ou dois policiais foram mortos, na maioria em situações de indefesa, como nas folgas, em férias, ou até mesmo oficiais reformados. Muitos foram injustamente assassinados na frente de familiares ou amigos e geralmente quando saiam ou chegavam das suas casas.
Hoje em dia, o PCC é aliado aos Amigos dos Amigos (A.D.A) e ao Terceiro Comando Puro (TPC). O seu principal rival é o Comando Vermelho. Eram aliados, mas em 2017 houve uma discussão por aquilo que tem sido chamado de espólio das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Devido a muitos problemas, o PCC passou a ter um segundo grupo chamado Terceiro Comando da Capital (TCC) com outro líder. Segundo César Augusto Roris da Silva, ex-líder do PCC, o Terceiro Comando da Capital também é um grupo rival do PCC.
Atualmente, o PCC está presente em vários estados do Brasil, tal como Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros. Estão também presentes em outros países como o Paraguai, a Bolívia, a Colômbia e a Venezuela. Eles contam com cerca de 30 mil membros, sendo 8 mil só no Estado de São Paulo.
O PCC é identificado pelos números 15.3.3 pelo fato de que a letra “P” era a décima quinta letra no alfabeto português na época e “C” é a terceira.
Vânia Sanha Jau – étudiante à l’Université Lumière Lyon 2
capmag@capmagellan.org