EEJL : Une rencontre numérique pour poser les bases d’une rencontre présentielle
5 janvier 2022Présidence française du Conseil de l’Union Européenne
6 janvier 2022Portugal foi o país convidado do salão “Partir Étudier à l’Étranger” que decorreu no fim de semana de 26 a 28 de novembro de 2021, em Porta de Versailles, Paris.
O salão “Partir Étudier à l’Étranger”, um evento integrado no “Salon Européen de l’Éducation à Paris 2021”, marcou dois feitos históricos! De facto, foi a primeira vez que Portugal teve um lugar de honra no salão “Partir Étudier à l’Étranger” mas também foi a primeira vez que um país da União Europeia foi promovido no salão. Como país de destaque, Portugal teve um espaço de 120 metros quadrados e contou com a presença de nove Institutos politécnicos (Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Portalegre, Porto, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu) coordenados pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), seis Universidades (Aveiro, Évora, Minho, Porto, Trás-os-Montes e Alto Douro e ainda a Universidade Católica), da Agência Nacional Erasmus + e da Direcção geral de Ensino Superior (DGES) e diferentes autoridades portuguesas de forma a atrair estudantes franceses para o ensino superior em Portugal. Este foco em Portugal, país convidado de honra, foi possibilitado por um trabalho coordenado pela Cap Magellan, a estrutura L’Etudiant (organizadora do Salão) e as Secretarias de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e das Comunidades portuguesas.
“É um apelo a que os jovens lusodescendentes, ou não. Estamos perante um público francês, percebam que Portugal também pode ser uma solução para a continuação dos estudos superiores”, explicou Luciana Gouveia, delegada geral da associação Cap Magellan.
O dia de sexta-feira 26 de novembro, foi marcado pela sessão de abertura que contou com a presença de:
- Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades Portugueses
- João Sobrinho Teixeira, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
- Jorge Torres Pereira, Embaixador de Portugal em França
- Carlos Oliveira, Cônsul-Geral de Portugal em Paris
- Adelaide Cristovão, Coordenadora do Ensino Português em França
- Eduardo Henriques, Diretor do AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal)
- Isabel Corte-Real, Conselheira Cultural da Embaixada de Portugal em França
- Ana Cristina Perdigão, Diretora do Gabinete de Acesso ao Ensino Superior na Direção Geral do Ensino Superior
- Pedro Dominguinhos, Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos (CCISP)
- Jorge Adelino Costa, Vice-Reitor da Universidade de Aveiro
Também o ministro da Educação francês, Jean-Michel Blanquer, presente na inauguração oficial do Salão, passou pelo Espaço Portugal para cumprimentar os oficiais e expositores.
A associação Cap Magellan foi pioneira em vários projetos e ações dedicados à promoção das vantagens de uma dupla cultura numa sociedade em constante evolução, desde os primeiros fóruns franco-portugueses sobre os estudos, a cultura e o emprego, passando por concertos dos maiores músicos lusófonos nos principais palcos parisienses e a implementação de campanhas como “LusoSup”, precisamente de divulgação do ensino superior português em França. Nos últimos anos, a Cap Magellan tem promovido a quota de 7% de vagas de acesso ao ensino superior reservadas para os filhos de portugueses no estrangeiro com a sua ação “LusoSup”. Com esta ação da Cap Magellan, dezenas de estudantes escolheram prosseguir os seus estudos em Portugal, algo que se reflete no crescimento, ainda que insuficiente, de 52% do número de emigrantes colocados no Ensino Superior Português, entre 2018 e 2020. Foi nesse sentido, que a Cap Magellan, começou a trabalhar há dois anos em parceria com a Direção-Geral do Ensino Superior para aumentar a promoção desta quota de 7% num dos maiores salões de estudantes em Paris, uma vez que a esmagadora maioria destas vagas ainda fica por preencher. O salão acolhe, todos os anos, mais de 600 000 estudantes.
Muitos lusodescendentes marcaram presença no salão “Partir Étudier à l’Étranger” no espaço dedicado a Portugal que visava promover o país junto aos jovens franceses que querem prosseguir os seus estudos em Portugal. Muitos deles afirmaram adorar Portugal e a cultura portuguesa e tinham pena de não conhecer muito acerca das universidades portuguesas. Por esse motivo, decidiram ir até ao salão para saber mais.
Berta Nunes sobre a existência dessa quota de 7% que considera ser “uma oportunidade para a comunidade, nomeadamente, para os jovens que querem estudar no Ensino Superior Português” e recordou ainda uma outra política do Estado Português: o programa Regressar. “Se juntamente com o estudante que for para Portugal, a família quiser regressar, temos o programa Regressar”, acrescentou, salientando que Portugal necessita que as suas comunidades voltem ao país porque existe uma grande falta de mão de obra.
Berta Nunes, recordou ainda, que apesar dos institutos de ensino em Portugal terem cada vez mais candidaturas a este programa específico dirigido a emigrantes e lusodescendentes, ainda não foram atingidos os objetivos pretendidos. De facto, no ano passado, apenas 500 vagas foram preenchidas num total de 3500 vagas. Esse número baixo pode dever-se ao facto de muitas pessoas de origem portuguesa desconhecerem ainda este contingente de cerca de 3500 vagas destinadas ao acesso de lusodescendentes no Ensino Superior Português, uma situação que as autoridades portuguesas querem corrigir.
O público mostrou-se receptivo ao material informativo que lhes foi distribuído e aos conselhos que lhes foi dado. Muitos jovens reconheceram a utilidade da presença da Cap Magellan assim como das restantes instituições pois permitiram perceber e, por vezes, até incentivar os alunos à possibilidade de estudar em Portugal. Esta situação comprova que as ações de descoberta e informação estudantil são necessárias para tentar completar a quota dos 7% para os lusodescendentes.
De forma a integrar este contingente, um aluno com origens portuguesas em França tem de pedir equivalência do seu certificado de conclusão dos estudos secundários francês junto de qualquer escola secundária em Portugal e um certificado de residência em França junto de um consulado de Portugal, que comprove as suas origens portuguesas. As instituições portuguesas de Ensino Superior não pedem, em geral, qualquer certificado de conhecimento de português apesar de, como explicou João Sobrinho Teixeira, a língua portuguesa ser importante e ser um dos fatores que, na sua ótica, torna o país ainda mais atrativo.
O Secretário de Estado do Ensino Superior disse ainda que, mesmo que o número de adesão a este contingente tenha aumentado, é preciso motivar os estudantes a integrarem outras opções, como o programa Erasmus, da Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, para conseguirem ter cada vez mais lusodescendentes a estudar em Portugal.
Conseguiu-se ainda estabelecer um padrão das áreas mais procuradas. Em primeiro lugar, surge a área da saúde com medicina, enfermagem e fisioterapia. Notou-se ainda um grande interesse pelos estudos de veterinária, turismo, comércio (gestão e marketing) e comunicação.
Jorge Costa, da Universidade de Aveiro, disse que este é o primeiro ano em que a Universidade participa neste evento, mas espera que exista uma continuidade da participação por parte da instituição nos próximos anos.
O salão teve ainda atuação de três tunas: Tuna Feminina do ISCAP, Tuna Académica de Biomédicas e Tuna da Universidade Católica do Porto, na preocupação da Cap Magellan em também divulgar junto dos jovens lusodescendentes as tradições académicas portuguesas.
Mélanie Ribeiro – capmag@capmagellan.org
Fontes: Mundo ao Minuto; RFI; Jornal de Notícias
Fotos: © Cap Magellan