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26 décembre 2022Preços da energia, medidas prolongadas até 2023
As medidas para controlar os preços da energia e atenuar os efeitos da inf lação ocupa- ram um lugar importante nos debates sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano. O grupo parlamentar do Partido Socialista fez uma proposta de alteração que foi aprovada na versão final da lei relativa ao Orçamento do Estado.
Assim o texto prevê o prolongamento das medidas de contenção dos preços energéticos até ao final de 2023. A lei prorrogada estabelece com efeito “medidas excepcionais e temporárias de resposta ao aumento extraordinário dos preços dos combustíveis”, das quais a suspensão dos limites mínimos das taxas mínimas do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), aplicáveis ao gasóleo e gasolina sem chumbo, deter- minando que esta possa ser fixada “até à taxa mínima de zero euro”. Também aprova a isenção do IVA para adubos, fertilizantes, corretivos de solos e outros produtos para a alimentação de gado, aves e outros animais que são utilizados em atividades de produção agrícola. O texto da alteração contempla ainda a publicação de um relatório trimestral com informação referente à formação dos preços de venda ao público dos combustíveis pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Sempre para travar os custos da energia que pesam cada vez mais no orçamento dos portugueses, o governo tomou a decisão de reduzir o IVA da luz de 13% para 6% a partir de outubro. Esta medida deverá prolongar-se até 31 de dezembro de 2023. No entanto, para evitar desperdícios, só os primeiros 100 kWh de consumo mensal passarão a ser taxados a 6% mas os restantes mantêm-se tributados à taxa de 23%. Na conferência de imprensa de apresentação das medidas, o primeiro-minis- tro, António Costa, insistiu na dupla exigência de proteger as famílias contra a crise e limitar o consumo de energia. A Associação portu- guesa para a defesa do consumidor (DECO) teme porém que com a chegada do inverno e a necessidade de aquecer a casa, muitas famílias não tenham outra escolha senão ultrapassar o limiar dos 100 kWh. No que se refere ao gás, o governo decidiu o regresso ao mercado regulado. O governo impôs mais uma vez um limite: só os clientes de gás natural com consumos anuais inferiores ou iguais a 10 000 m3 poderão mudar do mer- cado livre ao regime de tarifas reguladas. A medida também prevê a imposição de um preço máximo de venda das bilhas de gás, embora a descida do IVA do gás natural não esteja na agenda governamental. De acordo com o governo, a passagem ao mercado regu- lado permite um impacto mais significativo no preço final do que descer o imposto. António Costa estima que, com a transição para o mercado regulado, um agregado com dois filhos registe uma poupança média de 10% na conta do gás. Por último, a campanha “Bilha Solidária” que assegura a comparticipação de dez euros por botija de gás e por mês aos beneficiários da tarifa social de energia e de prestações sociais mínimas foi prorrogada até ao final deste ano. Para combater o empobrecimento das classes médias, o plano de apoio do Governo alarga, a propósito, a tarifa social de energia às famílias com rendimento total anual igual ou inferior a 6 272 €.
Estas medidas provocaram reações da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).
“Medidas adicionais para mitigar a subida dos preços da energia devem continuar a ser temporárias, tornarem-se cada vez mais direcionadas às famílias e empresas mais vulneráveis”, indica um recado.
Céline Crespy
capmag@capmagellan.org
Fonte : Lei n.o 38/XV/1.a (que aprova o Orçamento do Estado para 2023 ; Lei n.o 10-A/2022, de 28 de abril (medidas excepcionais e temporárias de resposta ao aumento extraordinário dos preços dos combustíveis) ; Associ ação portuguesa para a defesa do consumidor (DECO) : deco.pt/