80% des associations portugaises inactives pendant la pandémie
2 avril 2022Cristiano Ronaldo, meilleur buteur de tous les temps
5 avril 2022A guerra entre a Rússia e a Ucrânia foi desencadeada por várias ameaças russas nos últimos anos. Esta guerra, que esta a causar centenas de mortes, a destabilizar vidas e a desrespeitar princípios do direito internacional, tem levado a UE a sancionar a Rússia.
Desde a saída da Ucrânia da ex-União Soviética em 1991, o país tem vindo a aproximar-se progressivamente do Ocidente e a demonstrar as suas ambições “pró-europeias”, principalmente com o atual presidente Volodymyr Zelensky – o que não tem sido visto com bons olhos pela Rússia. Em 1997, os dois países assinaram um “Tratado de Amizade” que estebelecia o reconhecimento das fronteiras oficiais da Ucrânia, incluindo a Crimeia, península situada no sul da Ucrânia e a sudoeste da Rússia, habitada principalmente por russos e que confere uma posição estratégica à Rússia a nível económico.
Desde a chegada de Putin à presidência Russa, instalou-se uma crise diplomática entre os dois países. Primeiro, com a construção de uma barragem em Kerch, perto da Rússia e da Crimeia. No entanto, a “gota de água” foi Putin ter decidido anexar a Península da Crimeia ao território russo em março de 2014. Desde então, as forças militares russas separatistas instalaram-se em Donbass, região a leste da Ucrânia. é em 2021 que a Rússia começa a projetar um dispositivo militar em grande escala na fronteira com a Ucrânia. No dia 21 de fevereiro de 2022, Putin reconhece as zonas não controladas pelo Governo ucraniano das províncias de Donetsk e Luhansk na Ucrânia como entidades independentes e, na sequência de um voto favorável da Duma do Estado russo (a câmara baixa do Parlamento russo) a 15 de fevereiro, toma a decisão de enviar tropas russas para as referidas zonas. No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invade a Ucrânia e desencadeia a guerra à qual, infelizmente, assistimos atualmente.
A UE tem vindo a condenar drasticamente as ações da Rússia contra a Ucrânia e considera que a Rússia é “inteiramente responsável por este ato de agressão e por toda a consequente destruição e perda de vidas humanas”. No passado 24 de fevereiro, os dirigentes da UE reuniram-se numa reunião extraordinária do Conselho Europeu. Entre outras exigências, a UE quer que a Rússia “cesse imediatamente as suas ações militares” e que “respeite plenamente a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia”. Em fevereiro deste ano, na sequência do atual conflito armado, a UE passou a impedir diplomatas, outros funcionários e empresários russos de beneficiar da facilitação da emissão de vistos, que permitiam um acesso privilegiado à UE. Também a realização de transações com o Banco Central da Rússia e com o Banco Central da Bielorrússia passaram a ser proibidas, bem como o sobrevoo do espaço aéreo da UE e o acesso aos aeroportos da UE por transportadoras aéreas russas de todos os tipos. Para além disso, a UE aprovou a suspensão, no seu território, das atividades de radiodifusão dos canais Sputnik e Russia Today – canais sob controlo permanente das autoridades russas – até que cesse a guerra. A UE informa ainda que a suspensão vai ser mantida até que a Rússia deixe de “realizar ações de desinformação e de manipulação de informações contra a UE e os seus Estados-Membros”. Até à data em que escrevo o presente artigo, esta guerra já tirou a vida a 85 crianças na Ucrânia, cerca de 100 ficaram feridas e foram danificadas 369 instituições de ensino, 57 das quais foram completamente destruídas. O futuro de um país democrático está a ser brutalmente afetado devido às motivações, sejam elas quais forem, de um só homem e do seu Governo, e ainda dos seus apoiantes. No entanto, esta guerra tem suscitado uma onda de solidariedade em vários países Europeus, cujos cidadãos se têm mobilizado para enviar bens essenciais para a Ucrânia, pagar bilhetes de viagem, alugar quartos no Airbnb em Kiev, entre outros. Nas últimas semanas, têm-se ainda assistido a várias manifestações com cores da bandeira Ucraniana e Europeia para protestar contra a guerra causada pela Rússia. Neste contexto, a Ucrânia anuncia que não vai insistir na sua adesão NATO e a Moldávia faz o seu pedido de adesão oficial à UE. Qual vai ser a resposta?
Por fim, deixamos uma mensagem de solidariedade para com o povo ucraniano e até mesmo para com todos os russos que não concordam com esta guerra. Uma guerra – seja em que parte do mundo for- representa o fim de tudo aquilo que muitos seres humanos têm lutado para ter: a paz, a liberdade e a alegria de viver. Espero que a Ucrânia tenha a sua paz de volta e que os seus cidadãos possam voltar a viver em democracia.
E assim me despeço da rúbrica Europa da CAPMag. Não queria que o tema tivesse sido este, mas é a realidade que temos. Obrigada Cap Magellan!
Janice Chantre Raposo
Fontes: Conselho da UE, SIC Notícias
Article issu de l’édition d’avril du CAPMag
Publié le 04/04/2022