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7 octobre 2020Une 10e Soirée de Gala digitale, un succès avec plus de 20.000 vues !
14 octobre 2020A décima Soirée de Gala realizou-se no passado dia 10 de outubro, no âmbito da comemoração da implantação da Primeira República em Portugal (5 de outubro de 1910). Iniciativa da Mairie de Paris em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e organizada pela Cap Magellan, esta noite teve também como objetivo dar uma especial atenção à valorização dos artistas franco-portugueses locais. Devido ao agravamento da crise sanitária, a Gala aconteceu em formato digital.
No passado dia 10 de outubro, a Mairie de Paris foi palco de mais uma edição da Soirée de Gala, iniciativa da Mairie de Paris em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e da Cap Magellan. Com o objetivo de comemorar a Implementação da Primeira República em Portugal, também se procurou valorizar os artistas franco-portugueses locais, que têm visto o seu trabalho afetado pela crise sanitária. Tendo em conta o contexto sanitário atual, não foi possível receber os convidados na sala principal, pelo que a Gala aconteceu em formato digital, tendo ultrapassado as 15.000 visualizações durante o evento e as 18.000 nos primeiros dias seguintes. À semelhança do que ocorre nos anos anteriores, foi feita ainda uma entrega de prémios. Ao longo da Gala, quem seguisse e comentasse o live da Cap Magellan no Facebook e no Youtube habilitava-se a ganhar um voucher para passar uma estadia num dos hotéis da Inatel em Portugal.
No contexto de pandemia, todas as precauções sanitárias foram salvaguardadas. Para os que estavam presentes no local, apenas os organizadores, premiados, parceiros dos prémios e artistas da programação, foi distribuído um kit com máscaras e gel e respeitou-se a distância social ao longo do evento.
A noite começou às 19h30 com a atuação de dois grupos Jeunes Accordéonistes vindos da associação Juventude portuguesa de Paris 7 e do Liceu Fénelon. Bruno Branco, Vice-Presidente da associação Juventude portuguesa de Paris 7, confessou que embora seja difícil reunir-se com a equipa face à crise sanitária, o grupo conseguiu reunir-se duas vezes para ensaiar para a Gala. “Os grupos de folclore têm sido afetados por não poderem ensaiar nos locais. Mas não estamos parados”, confessou.
“A comunidade franco-portuguesa na França é o elo de ligação entre duas nações”
Assistiu-se aos discuros de Emmanuel Grégoire, Premier adjoint da Mairie de Paris, Hermano Sanches Ruivo e Audrey Pulvar, também vereadores executivos da Mairie de Paris. Emmanuel Grégoire agradeceu aos parceiros e representantes políticos portugueses que viriam a discursar em formato digital naquela noite e ainda ao Primeiro Ministro de Portugal, António Costa, “um amigo que nos é muito próximo”. Aproveitou para sublinhar que “a comunidade franco-portuguesa na França é o elo de ligação entre duas nações”: França e Portugal. Explicou ainda que Anne Hidalgo, Maire de Paris, não pode estar presente, mas que para o ano “quando virarmos a página” desta fase de crise “encontrar-nos-emos a 650 neste Salão”, no âmbito deste mesmo evento.
Hermano Sanches Ruivo reforçou a ideia de que “apesar da tempestade devemos continuar a mostrar a nossa solidariedade e a procurar soluções”, referindo-se aos esforços das entidades organizadoras para concretizar a realização do evento em contexto de crise. Ao discursar em francês, Hermano afirmou que as palavras que poderia dizer em português seriam: “Sejam bem vindos”. Afirmou ainda que Paris é a única cidade de França a produzir uma gala naquelas dimensões.
Posteriormente, assistiu-se aos discursos em formato vídeo e em francês da vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, que também reforçou a ideia de solidariedade entre Portugal e França, bem como a importância do combate à pandemia, mais precisamente o que toca ao respeito das regras sanitárias.
Este ano, a região portuguesa convidada a participar na Gala foi a região do Oeste. Pedro Folgado, presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste explicou em vídeo que “o turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia e convidou os participantes a visitarem a região do oeste, “uma região única e durável”.
Para dar início à parte cultural e à distribuição dos prémios do evento, o palco passou a ser ocupado por Anna Martins, presidente da Cap Magellan e por Fernando Vilela, cientista convidado pela Cap Magellan para apresentar a gala em conjunto com a Presidente da associação.
O apresentador José Carlos Malato, apresentador habitual da Gala, não pode estar presente por estar retido em Portugal devido à pandemia. “Tudo farei para chegar perto dos calcanhares de Malato”, confessou Fernando com algumas risadas à mistura. Idem para a apresentadora Sonia Carneiro, que teve que abdicar da apresentação 24h antes por se tornar caso contacto. Por esse motivo, a presidente Anna Martins revelou que iria dar “o seu melhor”. No seguimento do respeito das medidas sanitárias, Fernando Vilela explicou que só ele, Anna Martins e os cantores estariam dispensados do uso de máscara no palco, pois tinham microfones para uso próprio.
Uma noite de atuaçoes e de prémios “franco-portugueses”
Subiu ao palco a fadista Andreia Rio. Andreia destacou-se no programa The Voice na Bélgica e nesta noite de gala começou por interpretar a música “Loucura”.
Depois, foi apresentado o teaser do filme “Opération Portugal”, na presença do realizador D’jal que afirmou estar contente por ter sido convidado a participar na gala. “Tínhamos receio que este fosse um filme clichê, mas este filme é mais que isto: é um filme sobre a família, sobre a diversidade, sobre os portugueses, sobre os magrebinos. Mas é sobretudo um filme sobre a França: uma França multicultural”, revelou.
Deu-se início à distribuição de prémios. Para o prémio Cap Magellan Fundação Calouste Gulbenkian de melhor estudante do ensino secundário a vencedora foi Célia Machado, com uma média de 18.74 no bac L (curso de línguas e humanidades) no liceu Eugène Delacroix em Drancy. Célia continua os seus estudos na École d’Image de Gobelins em prépa animação. Apaixonada por arte, desenho e cinema, a estudante está envolvida em várias causas humanitárias.
Seguiu-se o habitual prémio Cap Magellan melhor estudante universitário, este ano sem patrocinador. A Cap Magellan fez ainda assim questão de o manter e a vencedora foi Ana Isabel Freitas, licenciada em artes plásticas em Belas Artes pela Universidade do Porto e mestre em Cinema pela Escola Superior de teatro e cinema do Instituto Politécnico de Lisboa. Ana Isabel está atualmente a tirar um doutoramento em Línguas e Literaturas Romanas, sendo que a sua tese tem como tema: “O Folclore e a imigração portuguesa em França: da tradição do passado ao presente sonhado”.
A vencedora do prémio decidiu tratar este tema por diversas razões, mas confessou sempre ter tido um certo interesse pelo folclore já desde a escola primária: “Nunca fiz parte de um grupo de folclore mas sempre cantei música tradicional portuguesa em Lisboa, e depois continuei a cantar aqui em Paris. Quando cheguei a França apercebi-me que havia qualquer coisa de super forte na união entre as pessoas nestes grupos. Pareceu-me que havia um bocadinho mais que só cantar e dançar a música e a dança tradicional portuguesa. Então decidi começar a pesquisar mais um bocadinho, porque queria fazer um filme sobre estas pessoas”. Posteriormente, Ana Isabel apresentou o referido documentário sob sua realização, intitulado: “Lá em baixo”, que “não é sobre folclore em si, mas sim sobre a ligação entre as pessoas”, reforçou.
Uma das tradições da noite são os “duetos de gala”. O público assistiu assim à atuação de Mc Dy & Sarah Rachel Alves, que interpretaram os duetos “Boa Sorte” de Vanessa da Mata e Ben Harper e a música “Vai” dos irmãos Calema. Mc Dy descobriu a sua paixão pelos ritmos do Kuduro de do Funaná em 2008 com os Buraka Som Sistema. Já Sara Raquel, costuma cantar numa Associação local. “Cantar em português é ao mesmo tempo um desafio e uma oportunidade. Agradeço imenso à Cap Magellan por me ter convidado a participar!”, afrimou.
No que toca ao prémio Cap Magellan Império do melhor projeto associativo, a atribuição foi dada à Associação cultural “O Sol de Portugal”, em Bordéus. A Associação oferece cursos de português em Bordéus e promove encontros para debates sobre a cultura portuguesa. O seu mais recente projeto é a publicação do livro: “Secrets d’étoffes et d’histoires. Paroles d’immigrants”. A Império fez ainda questão de brindar as duas outras associações nomeadas, Des Ailes du Portugal e Cantos de Portugal, com um cheque de 500 euros, iniciativa largamente saudada.
O prémio Cap Magellan Jean Pina Entreprise veio consagrar como habitualmente a melhor iniciativa cidadã que este ano brindo a associação Hirond’Ailes, que se destacou pelas suas acções de solidariedade particularmente durante o confinamento com a confecção e distribuição de máscaras. Jean Pina lançou ainda em 2019 a Fundação Nova Era que também foi objecto de uma apresentação das suas acções e iniciativas de caridade social.
De seguida, o público conheceu a “Frantugal.tv”, e o seu diretor Michael Mendes. “Em França, ele é português. Em Portugal, ele é francês”: foi assim que começou o vídeo de apresentação do canal, que é um projeto cujo objetivo passa por valorizar e unificar os trabalhos feitos por aqueles que partilham uma “dupla-identidade”, os “franco-portugueses”, explicou Michael.
O segundo dueto, composto por Mickael Ferreira & Morgane da Costa subiu ao palco para cantar dois duetos cantados em francês e português por Tony Carreira. Mickael Ferreira vem de Lille e é um cantor já conhecido dos artistas locais lusos de França. Morgane da Costa tem apenas 15 anos, vem de Bordéus e impressionou pelas suas capacidades vocais. Foram acompanhados na guitarra por Dylan Brás.
Depois desta atuação, foi anunciado o terceiro prémio Cap Magellan Fidelidade para o melhor jovem empreendedor. O vencedor foi Dylan Teixeira pela Edusign, startup inovadora que propõe soluções no digital. Desde março, a empresa já conquistou mais de 200 clientes.
Por fim, o prémio Cap Magellan Vilamoura Trace Toca da melhor revelação musical foi atribuído a MK Nocivo, originário de Bragança, que se encontra no estilo hip-hop. A sua última música intitulada “Filho de emigrante” com Vanessa Martins, conta com milhares de visualizações nas redes sociais e mostra a ligação do músico com a cultura portuguesa. MK Nocivo teve ainda um momento a solo de improvisação. Com palavras sugeridas espontaneamente nas redes sociais e por alguns presentes na Sala, MK Nocivo improvisou um rap original no palco.
Depois, foi apresentado o filme “Miss”, com uma mensagem à distância de Ruben Alves assim como o projeto “Maria Vai C’a Joutras” da humorista radicada em França Flávia Henriques que aproveitando os clichés procura rir deles.
A gala terminou com uma última performance da fadista Andreia Rio, com uma mensagem em vídeo de Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas e com a presença do Embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira. Berta Nunes considerou que este “é um momento de reflexão comum em torno da comunidade portuguesa em França” e felicitou a associação Cap Magalhães “pela organização da celebração da República Portuguesa”. “O facto de não termos interrompido esta gala é algo que quero sublinhar. Poderia ter sido mais fácil simplesmente cancelar tudo. Mas este esforço para transformar a gala, à última da última hora, neste formato é por si só um gesto corajoso e muito importante”, concluiu Jorge Torres Pereira.
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Janice Chantre Raposo