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4 décembre 2020O Pantanal vem da palavra “pântano”. Este lugar leva bem o seu nome, porque durante a estação chuvosa, os rios Cuiabá e Paraguai inundam a área, tornando-a a maior zona húmida do mundo. O Pantanal situa-se entre o território brasileiro, os estados do Mato Grosso e do Paraguai e cobre uma área de aproximadamente 200.000 Km². Para além de ser uma bacia húmida, esta planície é reconhecida pela UNESCO como uma reserva de biodiversidade que concentra muitas espécies animais e vegetais.
Muitos incêndios florestais ocorrem todos os anos, mas os últimos anos são os piores. Vários fatores são responsáveis por isto, tais como as alterações climáticas, práticas agrícolas, etc. De facto, os criadores de gado ateiam regularmente fogos nas terras do Pantanal a fim de plantar culturas ou ter espaço para seus animais. Isto normalmente só é permitido durante a estação chuvosa, mas os incêndios ilegais estão a aumentar com um governo indiferente. Além disso, o aquecimento global desempenha um papel importante nos incêndios florestais. O nível de humidade neste tipo de região é perigosamente baixo, quando adicionado às temperaturas acima do normal e aos ventos fortes, as condições resultantes são de propagação de fogo. A ano 2020 teve a pior seca desde 1973 e o Rio Paraguai registou um dos menores níveis na história.
Segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro, estima-se que pelo menos 28% do bioma foi perdido para o fogo em 2020. A professora e pesquisadora, Cátia Nunes da Cunha, afirma que áreas que passam todo o tempo por incêndios têm perda na composição, na estrutura vegetal e, portanto, significa perda de habitats para os animais.
Estes incêndios dramáticos para a preservação da área têm muitos impactos na biodiversidade e na economia. Estima-se que cerca de 4,1 milhões de hectares das terras do Pantanal tenham sido destruídos, de janeiro até agora, e que muitos animais tenham morrido. Aproximadamente 72% da área do parque foi consumida pelas chamas. De facto, a maioria dos animais presentes estão em perigo ou à beira da extinção e muitos deles estão atualmente ameaçados por estes incessantes incêndios florestais. Entre eles está o habitante mais famoso da região, o jaguar. O Pantanal, Património Mundial, alberga centenas de espécies, tais como o jacaré, a ariranha, ou a anaconda amarela. Todos eles são ameaçados pelos incêndios repetidos e vívidos na Amazónia. A terra indígena do Xingu, no nordeste de Mato Grosso, é o território indígena do Brasil que mais tem sofrido com as queimadas e incêndios florestais no 2020.
Economicamente, está a ser prestada muito pouca ajuda para sustentar esta terra ameaçada. De facto, as políticas governamentais são também uma causa da degradação do Pantanal. O governo aplica muito poucas medidas de precaução para prevenir incêndios fraudulentos e coloca os interesses económicos em primeiro lugar, e não os ambientais. Além disso, muitas fontes de financiamento foram cortadas pelo governo de Bolsonaro e comprometeram muitas iniciativas de proteção ambiental.
Não tem muitos solução, uma regeneração é possível pelo menos em 50 anos ou mais se a intensidade do incêndio for mais grave. Agora tem uma melhora com os incêndios graças às chuvas, mas o problema ainda não acabou e pelos animais, a equipa do G.R.A.D (Grupo de Resgate de Animais em Desastres) confirma que mais de 30 espécies se beneficiaram dos alimentos que estão sendo distribuídos. Há também muitos fundos angariados para poder financiar o equipamento necessário para combater novos incêndios, para apoiar a fauna e a flora e para ajudar as comunidades que vivem nesta área.
Todos podem ajudar, em grande ou pequena escala. A possibilidade de fazer uma doação, por exemplo, na WWF, ajuda a combater este desastre ambiental.
Soléna Lièvre
Série de Tribunes écrites par les étudiants de l’Université Lumière Lyon 2
capmag@capmagellan.org