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21 juin 2023A equipa da Tempestade 2.1, programa da Cap Magellan na Rádio Alfa, teve a oportunidade de entrevistar o grupo Supa Squad.
Tempestade 2.1: Olà Mr Marley e Zacky Man! Aqui em França e também em Portugal, são mais conhecidos por Supa Squad, grupo de dance hall português. Vamos falar agora do vosso percurso juntos. Vocês são primos, é isso?
Os dois: exatamente.
Tempestade 2.1: Tiveram juntos este projeto ambicioso que foi o lançamento do vosso grupo Supa Squad. Surgiu há mais de dez anos, como é que nasceu este projeto?
Mr Marley: Este projeto surgiu de uma forma natural. Nós sempre tivemos envolvidos com a música desde pequenotes. Chegou uma altura em que estava a desenvolver o meu projeto, mais ou menos na mesma altura em que o Zacky veio de Cabo-Verde, porque estava a morar lá.
Zacky Man: Foi em 2011.
Mr Marley: Exatamente. Depois foi basicamente juntar o útil ao agradável. Somos família, fazemos os dois música e decidimos eventualmente ingressar os dois num projeto.
Tempestade 2.1: A música já estava presente nas vossas famílias, então foi mais simples. Mas quais foram as influências mais importantes do início da vossa carreira?
Zacky Man: Sempre foi mais o reggae, o reggae dançado. Quando começamos a fazer mesmo a sério, a nossa influência mais forte na altura era Sean Paul. Estávamos colados a Sean Paul. Mas tínhamos várias influências e também noutros estilos de música! Mas isso é que era mais forte.
Tempestade 2.1: A vossa fusão combina raízes cabo-verdianas e jamaicanas, mas tem várias sonoridades. Afinal, como é que poderiam definir o vosso estilo musical atual?
Mr Marley: Não tem só uma etiqueta. Nosso projeto foi evoluindo e foi crescendo não só a nível de imagem, mas também a nível musical. Começamos a fazer dance hall porque na altura em que começamos estávamos bastante ligados ao panorama do reggae, do dance hall, da música que vem da Jamaica. Cantávamos em patois, o inglês da Jamaica. Com o passar dos anos, quando começamos a fazer mais barulho aqui em Portugal, decidimos começar a cantar em português, porque fazia todo o sentido. Ao mesmo tempo, adaptamos mais a música africana, ou seja o afrobeat, e juntamos o nosso ritmo. Foi dance hall com afrobeat e desta vez a cantar em português. Atualmente, apesar de ter várias misturas, acho que o carimbo assim mais forte é afro dance hall, apesar de ter inúmeras outras influências.
Tempestade 2.1: Foi com os sucessos em português como Tudo Nosso e Ave Maria que viram a vossa carreira evoluir ou tomar um rumo diferente?
Mr Marley: Claro que sim. Para além de mudar para português, também mudamos o afrobeat, que tem uma sonoridade quente com a qual sempre nos identificamos. Acho que foi tudo uma mais-valia para o maior sucesso que fizemos nesta altura. Para além do pessoal conseguir dançar e ter bastante energia, já conseguia entender o que estávamos a cantar e conseguia cantar em conjunto. Todos esses fatores elevaram bastante o nosso projeto, principalmente nessa altura sim.
Tempestade 2.1: Quais foram os aspetos positivos que a música trouxe nas vossas vidas?
Zacky Man: Houve sempre uma parte da música que eu gostava mais, era viajar e conhecer o mundo. A música permitiu-me viajar pelos quatro cantos da terra, enquanto se calhar sem ela demorava muito mais tempo a chegar lá.
Mr Marley: Tocar lá fora é sempre diferente. Temos sempre a expectativa de “Eh pá, será que o pessoal daqui nos conhece da mesma forma que conhecem cá em Portugal?”. Normalmente é sempre a expectativa. É sempre um carinho diferente. Por exemplo, já fomos a Cabo-Verde e o pessoal consome bastante da nossa música lá então quando vamos é diferente. Mas não temos um preferido.
Tempestade 2.1: Se calhar este ano vão estar de volta a França não?
Mr Marley: Ainda nada confirmado, mas gostamos de vir à França, obviamente.
Tempestade 2.1: Neste ano de 2023 podemos dizer que vocês estão de volta com o vosso single com Mariza e Apollo G. Aliás, há pouco tiveram uma boa notícia não?
Mr Marley: Tivemos sim senhor. Para além dos números que já obteve que são incríveis para nós, foi o single que teve aceitação tão rápida e boom em termos de números, de stream. Recebemos a notícia que acabou de ser single de ouro em dois meses. Para nós isso é ótimo.
Tempestade 2.1: O que é que representa esta recompensa para vocês hoje?
Zacky Man: Quer dizer que estamos no caminho certo. É gratificante, com certeza.
Mr Marley: Ajuda a manter a moral e o fogo. Trabalhamos muito e é gratificante, queremos continuar a fazer mais.
Tempestade 2.1: A música Minha Terra é uma mistura surpreendente. Ouvir fado com afrobeat, como é que nasceu esta colaboração? Quem teve a ideia?
Mr Marley: Isto foi uma ideia inicial que depois foi desenvolvida por nós todos. No início foi uma brincadeira, um remix para o Instagram e o TikTok de vinte segundos. Essa foi uma das misturas improváveis que fizemos. O pessoal curtiu muito o vídeo que fiz que era misturar o fado com afrobeat. A Mariza gostou e partilhou. Decidimos desenvolver mais esta ideia. Depois de falar com a Mariza e o Apollo G, foram vários fatores que levaram ao sucesso da música. Tanto a mistura improvável do fado com afrobeat, quanto o facto da Mariza ter gostado e ter participado no projeto, o afro com drill. Esta música é um fado da minha terra, uma homenagem à música africana. Queremos não só homenagear a minha terra Portugal, mas também a minha terra Cabo-Verde, Angola, todos os países onde estão portugueses. Acho que resultou bastante, principalmente para o pessoal que está fora. Acho que faz relembrar a terra, traz nostalgia, a saudade da terra.
Tempestade 2.1: Estão a pensar em fazer outras músicas com essa mistura de fado e afrobeat?
Mr Marley: Foi um dilema para nós, porque essa música foi um sucesso tão grande que é difícil fazer uma cópia dela. Nem é a nossa intenção, porque essa está bem feita e já foi feita. Temos por intenção de continuar a surpreender com misturas pouco prováveis. Mas já temos algumas coisas na cozinha.
Tempestade 2.1: Podemos saber mais?
Mr Marley: Não gosto de revelar as coisas antes delas serem completamente sérias e cá fora. Posso dizer já que é uma mistura com a qual o pessoal não vai estar à espera, pouco provável que possa acontecer.
Zacky Man: Já estás a dizer demais.
Tempestade 2.1: Como sempre durante a entrevista, a Julie tem uma pergunta: O que é que costumam ouvir no dia a dia?
Mr Marley: Também sou produtor então eu consumo vários tipos de música. Para mim é sempre difícil dizer uma música ou um gênero, porque de repente surge outra que foi feita e que me surpreende. Não tenho música favorita.
Zacky Man: É difícil. Nós ouvimos tudo. É mais fácil dizer que há aquele estilo de música que nunca sai da playlist. Para mim o afropop está sempre presente na playlist. Mas ouvimos um pouco de tudo.
Mr Marley: Por exemplo, eu cresci no meio do reggae. Apesar de não fazer reggae ou de não ouvir todos os dias, se for para casa ou se for ali chill a dar uma volta, é o reggae que vou por. Não é nada do que faço profissionalmente, mas é assim. Se tivesse de escolher um tipo de música para levar para uma ilha para ouvir para sempre, seria o reggae.
Tempestade 2.1: Queriam fazer reggae algum dia?
Mr Marley: Vou de certeza fazer um álbum de reggae. Não sei quando, mas vou fazer.
Zacky Man: Também tenho um grupo de reggae em que estou sempre envolvido. Não perdi o contacto com esta parte. Supa Squad antes fazíamos reggae. Em 2015 era reggae style! Não é nada impressionante voltar a isso.
Um grande obrigado e abraço aos Supa Squad de toda a equipa da Tempestade 2.1 (Antonin André, Léa Araújo Sanches, Julie Carvalho e Toni Valente).
A entrevista foi gravada e passou em direto no programa no dia 20 de Maio de 2023.
Podem igualmente ver um excerto da entrevista nas nossas redes sociais @tempestade2.1 no Instagram e no Facebook!
Julie Carvalho