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15 octobre 2019Dois dias antes do primeiro turno das eleições brasileiras – num ambiente tenso com conta das sondagens eleitorais que propulsaram ao topo de lista Jair Bolsonaro, representante do partido progressista de extrema direita – houve uma reunião cinematográfica na Croix Rouge de Lyon, no Aquarium ciné-café. Os objetivos dessa jornada eram de sensibilizar o público, chamando a sua atenção aos grandes problemas da atualidade brasileira. Permitindo assim ao publico de se exprimir sobre um futuro inquietante para muitos.
Nesse dia apresentaram-nos quatro curtas-metragens brasileiras, cada uma sobre uma problemática diferente:
Estado itinerante
A primeira curta-metragem da jornada foi o Estado Itinerante realizada por Ana Carolina Soares em 2016, que conta- nos a história de uma mulher, Vivi, que trabalha como cobradora de ônibus no Brasil. Ao longo da curta-metragem vemos uma mulher que foge da sua casa para escapar as violências do seu marido, refugiando-se no trabalho, procurando apoio nos colegas. Este filme, tem uma messagem forte graças a interpretação da atriz Lira Ribas que exprime um grande mal-estar lutando para ficar de pé. Nesse mundo brutal e machista, a solidariedade, aqui em particular feminina, é fundamental para a sobrevivência das vítimas.
O trailler da curta-metragem “Estado Itinerante” está disponível no canal olhardecinema.
Avá Marangatu
Com a segunda curta-metragem da jornada, o Avá Marangatu, encontramos-nos no meio da floresta da Amazonia seguindo tribus indígenas e as suas tradições. Desde o inicio, sentimos-nos perdidos na imensidade de culturas de soja. Realizado em Guaiviry em 2017 por Genito Gomes, Valmir Gonçalves, Jhonn Nara Gomes, Jhonaton Gomes, Edina Ximenes, Dulcídio Gomes, Sarah Brites e Joilson Brites, durante um seminário de cinema por indígenas dos grupos Guarani e Kaiowá, a curta-metragem mostra, através de uma caminhada de grupos indígenas, que o desmatamento é causado pela ocupação dos territórios por pessoas que não pertecem a cultura local.
O filme denuncia os grandes grupos agrícolas, o lobby do soja, que pouco a pouco vão destruindo a riqueza da floresta, tudo isto para fazer mais dinheiro.
Mais informações sobre a curta-metragem podem encontrar-se na sua página FaceBook e no YouTube de Imagem Canto Palavra no Território Guarani e Kaiowa.
Na missão, com Kadu
Na Missão, com Kadu, realizado por Aiano Bemfica, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito em 2016, é a terceira curta-metragem. Mostra a realidade e a repressão política cada vez mais forte no Brasil.
Kadu Freitas, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra leva-nos, com a sua câmera debaixo do braço, até a manifestação de 19 de maio de 2015 na região do Izidora. O seu filme choca, mostrando a reação muita violenta do governo que deu seu aval a manifestação. Essa reação excessiva occureu por parte da polícia que bloqueou os manifestantes antes dos espancar. Entre estes manifestantes encontravam-se crianças e idosos, que sem duvida não sairam do encontro com os policia sem danos. No final do filme descobrimos que Kadu morreu depois da manifestação, no entanto o realizador deixou inteiro a curta-metragem, para divulgar a realidade, sem nenhum filtro.
Para saber mais sobre o filme pode visitar o blog : Na Missão com Kadu
Para saber mais sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MTS), que reivindica desde 1985 terras desocupadas pode visitar o site do movimento.
Ferroada
A Última curta-metragem, realizada por Adriana Barbosa e Bruno Mello em 2016, dá vida a visão do escritor Tico sobre um futuro inseguro entre outros temas. A curta-metragem fala, sobretudo, da importância e da complementaridade entre as suas duas profissões. A morte e a vida são temas fazem parte do nosso dia a dia, e ainda mais do dia a dia do escritor. Tico preocupa-se com o seu país (e com o mundo), mas guarda esperança nas pessoas que, como ele, continuam a lutar, graças as suas ideias e ações. Com as suas palavras Tico constrõe-se um mundo poético, dentro do qual destaca-se um discurso muito politizado sobre o futuro do país.
Esta curta-metragem pode ser encontrada online.
Camille Bonneton
capmag@capmagellan.org