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A ideia 100 % elétrico no ano de 2035 começa a colocar algumas questões no mundo político do velho continente.
Certo, a Europa tinha afirmado e ato a proibição da venda de carros com motor térmico a partir do ano de 2035. No entanto, vários Estados membros começam a colocar em causa esta decisão.
A verdade é que neste momento, os construtores de carros não se sentem capazes de transformar de um “momento para o outro” a sua fabricação.
Relativamente a esta questão, uma das potências europeias, nomeadamente, a França já sugeriu uma revisão a esta “obrigação”, que poderia ser realizada em 2026, para que seja possível ceder aos construtores um pouco mais tempo para que os mesmos se possam adaptar à nova realidade que se pretende aplicar no território europeu.
Para além disso, vários Estados europeus enfrentam uma crise no que é relativo à venda de automóveis novos, designadamente a Itália. “De facto, a Itália é responsável pela alteração “Ferrari”, que prevê uma isenção para carros de luxo produzidos em quantidades inferiores a 1.000 por ano. Mas o ministro italiano dos transportes, Mattéo Salvini, foi mais além, dizendo que “a proibição dos carros de combustão interna não fazia sentido, e que esta lei se baseava num pseudo fundamentalismo ambiental”. O ministro levanta também o espectro da ameaça social, prevendo “milhares de despedimentos em toda a Europa se a proibição for mantida.”
Com tantas questões levantadas quanto à viabilidade desta medida, o Instituto Sindical Europeu – uma estrutura que atua como centro de pesquisa independente para a Confederação Europeia dos Sindicatos, e que reúne todos os sindicatos europeus a fim de estabelecer uma organização capaz de se unir e construir só uma voz com Bruxelas – publicou um estudo sobre as opiniões dos diversos construtores de veículos implantados na Europa.
Ainda assim, escusado será afirmar que o futuro está nos carros elétricos. As medidas para a redução das emissões de gás de carbono contribuem em grande escala para o crescimento do uso dos automóveis elétricos.
Na Europa, a mudança do cenário e do mercado, apesar de todas as dúvidas que possam ainda existir quanto à efetiva possibilidade de transformar o mercado automóvel a 100 % para elétrico, a verdade é que o mercado já está a sofrer uma alteração profunda. A questão que se coloca é a construção dos veículos e não a compra dos mesmos, tendo em conta todas as ajudas financeiras que existem para a aquisição de um veículo equipado com motor elétrico.
Ainda que o setor automóvel continue cético quanto à massificação dos elétricos, como refere o secretário-geral da ANECRA (Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel – Portugal), a mesma instituição alerta para a necessidade de um investimento, também ele massivo, e para uma concreta transição como se pretende na comunidade europeia.
Para isso, é necessário seguir o exemplo da China, onde quase 20 % de todos os novos carros registados são BEV ( veículos elétricos a bateria ). Com este número, o país oriental encontra-se à frente tanto do mercado Europeu como do dos Estados Unidos.
“A entidade europeia prevê que o mercado europeu de BEV fique um pouco aquém dos 30 % em 2025 e ultrapasse os 70 % até 2030, altura onde irá assumir novamente a liderança mundial no processo de eletrificação. Contudo, a ACEA garante que o principal obstáculo à eletrificação diz respeito à implantação de postos de carregamento no território europeu, sendo esta uma barreira que só pode ser ultrapassada se os governos intensificarem os seus investimentos em infraestrutura.”
Fontes : 20 minutes ; Le Point ; FolhaPe ; Eco.Sapo
Joana Carneiro – Estudante em Mestrado:
Estudos sobre a Europa na Universidade Aberta
capmag@capmagellan.org