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#CrónicasdoLiceu : O poder da Eloquência

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René-Antoine Houasse : L'éloquence, Date inconnue

A eloquência representa desde os tempos mais longínquos uma das principais virtudes da inteligência humana. Podemos defini-la como a qualidade ou o talento de quem tem o condão da palavra, de quem tem facilidade em expressar-se e, assim, poder exaltar, comover e persuadir. Neste sentido, não é de estranhar que os Gregos tenham feito da eloquência um dom divino, uma faculdade inspirada pelas musas do Olimpo.

 

Calíope (“que tem bela voz”) era uma das nove Musas do Olimpo. Era a mais velha e mais sábia de todas e dominava a arte de bem falar, sendo por isso apresentada como a Musa da Eloquência, para além de estar ligada à poesia e às ciências. Calíope era frequentemente representada como uma jovem de porte altivo e nobre, coroada de louros e ornada de grinaldas, sentada e meditando. Polímnia era a Musa da Retórica e, por conseguinte, também identificada com a eloquência. Coroada de flores, pérolas e pedras preciosas, drapeada de um imaculado peplo branco, segura de uma mão um pergaminho onde se pode ler a palavra latina suadere (persuadir). Calíope e Polímnia eram frequentemente invocadas pelos poetas, pelos aedos e por todos aqueles que fizessem uso da palavra para cantar, declamar ou simplesmente expressar opiniões.

A tradição céltica também recuperou o tema da eloquência e a sua força persuasiva através da sua mitologia. Ogmios é uma divindade da cultura céltica, aparentado a um velho guerreiro enrugado, inventor dos ogam, o alfabeto céltico. O satirista grego Luciano de Samósata (séc. II d.C.) retrata-o com correntes de ouro na língua e presas nas orelhas dos que o seguem de livre vontade.

Os primeiros dias de 2019 foram férteis em polémicas na sociedade portuguesa. O célebre programa da manhã da TVi, “Você na TV”, convidou Mário Machado, cidadão português condenado a 12 anos de prisão pela justiça portuguesa por roubo, sequestro, coação, posse ilegal de armas, ofensa à integridade física qualificada, difamação, racismo e incitação à violência e ao ódio. Um extenso currículo para o fundador do funesto grupo neonazi Hammerskins Portugal. Hoje, Mário Machado pretende reaparecer na cena mediática liderando um movimento político, a Nova Ordem Social. É neste contexto que é recebido pelo mediático Manuel Luís Goucha (que se limitou a apresentá-lo como o autor de declarações polémicas!) para discutir a necessidade de um novo Salazar em Portugal

Surgem aqui várias ressalvas: Primeiro, qual é a intenção de um canal televisivo em convidar tal personagem para um programa da manhã, popular e de grande visibilidade, e entrevistá-lo entre o horóscopo matinal e a última canção pimba do momento? Segundo, qual a legitimidade de um programa de divertimento tratar de uma temática tão complexa e delicada como o Estado Novo? (Chegou-se ao cúmulo de fazerem um vox pop em torno da questão “Sente falta de Salazar?”). Terceiro, a quem competia o contraditório, isto é, quem se encarregava de rebater os argumentos falaciosos que podiam ser apresentados pelo convidado? Dito de outra forma, qual é competência de Manuel Luís Goucha para assumir esse papel? As respostas são simples. A liberdade de expressão deve ser assegurada sempre que os valores democráticos sejam respeitados. O fascismo não pode ser tratado como um tema qualquer, entrecortado por anúncios publicitários ou outros assuntos levianos. Mas voltemos à questão da eloquência. Era necessário alguém competente na matéria frente a Mário Machado: alguém preciso nas palavras, cirúrgico nos raciocínios, rigoroso nos elementos apresentados. Assim não foi, porque Goucha não é Ogmios, que derruba os seus adversários pela palavra. Mais parecia Cassandra, a pítia da mitologia grega a quem Apolo tinha confiscado o dom de persuadir.

Miguel Guerra
Professor de História
SIP – Liceu Internacional de Saint-Germain-en-Laye
SIP – Liceu Alexandre Dumas de Saint-Cloud
capmag@capmagellan.org

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