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12 septembre 2024A União europeia (UE) tomou a decisão de financiar a modernização de portos em Cabo Verde para acompanhar o país na diversificação da economia. O apoio da UE destina-se nomeadamente a ajudar o arquipélago a usar a sua posição estratégica no Atlântico para prestar serviços no sector marítimo. “Cabo Verde está numa posição estratégica da qual pode tirar partido, mas para isso precisa de melhorar as suas infraestruturas e também os serviços que os seus portos podem prestar. Foi nesse contexto que o Governo nos apresentou uma lista das infraestruturas que pretende modernizar“, declarou Carla Grijó, a embaixadora da UE em Cabo Verde.
O Banco Europeu de Investimentos (BEI) aprovou um empréstimo de 114 milhões de euros para financiar a reabilitação e ampliação de portos nas ilhas de Santo Antão, São Vicente e Sal, bem como do principal estaleiro naval do país, Cabnave, localizado em São Vicente. Este apoio inscreve-se na continuidade da subvenção de 25 milhões de euros da iniciativa Global Gateway, financiada diretamente pelo orçamento da UE. O financiamento também faz parte dum pacote europeu mais vasto dedicado a Cabo Verde. Trata-se de uma contribuição aprovada em outubro de 2023 num montante global de 246 milhões de euros com a finalidade de incentivar a produção de energia verde, o desenvolvimento de transportes sustentáveis e a transformação digital do arquipélago. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, qualificou esta estratégia como “uma maneira de criar um futuro melhor para os países parceiros” da UE, sendo que Cabo Verde partilha a visão europeia de um mundo “mais verde, mais conectado e economicamente reforçado”. Além da modernização de portos, a UE contribui para vários projetos destinados a alcançar a sustentabilidade energética do país, como a expansão do parque eólico da Cabeólica. Trata-se de uma parceria público-privada que adicionará 13 megawatts (MW) de energia limpa e renovável à rede do país.
A modernização e a melhoria das infraestruturas portuárias inserem-se na estratégia mais ampla de desenvolvimento de um corredor de transporte multimodal Praia-Dakar-Abidjan, identificado pela UE como “um corredor regional estratégico”. Todas as instalações financiadas estão interligadas. Por exemplo, o investimento no porto de Palmeira desempenha um papel fundamental para a frota pesqueira cabo-verdiana porque depois das operações de modernização, este porto dará acesso “a um banco [de pesca] próximo da ilha do sal, o banco de Nova Holanda, para permitir que a frota nacional possa fornecer a indústria de transformação de produtos da pesca que está instalada em São Vicente”, explicou Carla Grijó. Entre os projetos financiados, também figuram a expansão do Porto Grande e o fornecimento de energia terrestre do terminal de cruzeiros do Mindelo, em São Vicente. O objetivo final é melhorar a conectividade entre as ilhas, mas também a conectividade com o continente africano, bem como reforçar os laços comerciais entre a África e a Europa.
Apesar do apoio substancial da UE, a procura continua por outros parceiros de financiamento. “Já é um bom princípio poder começar por financiar algumas das infraestruturas mais importantes mas estes cerca de 100 milhões de euros que já conseguimos não vão ser suficientes para financiar a modernização de todas as infraestruturas que estão na lista do Governo de Cabo Verde”, explicou efectivamente Carla Grijó.
Céline Crespy
Image : ©Wikimédia
Publié le : 12/09/2024