Cap Magellan – #Agitateur Lusophone depuis 1991 – LogoCap Magellan – #Agitateur Lusophone depuis 1991 – LogoCap Magellan – #Agitateur Lusophone depuis 1991 – LogoCap Magellan – #Agitateur Lusophone depuis 1991 – Logo
  • Qui Sommes-Nous ?
    • Nos Missions
    • Equip(ag)e
    • 30 ans d’Histoire
  • Nos Actions
    • Nos Campagnes
      • Sécur’Été – Verão em Portugal : 2022
      • Quota 7% pour les lusodescendants – étudier au Portugal
      • Etats Généraux de la Lusodescendance
    • Citoyenneté
    • Culture
    • Infos et Langue Portugaise
    • Emploi
  • Actus Luso
    • Agenda Luso
    • Eco & Co
    • Culture
    • Tourisme
    • Sport
    • Interviews
    • Les Actus du Citoyen
    • Tribune d’Opinion
  • Jeunes Futés
    • Études et Financements
      • Valorise tes compétences
      • Garde ta tirelire
      • Passe à l’international
      • Trouve un job
      • Et pense au reste!
      • Guide pratique pour s’installer et vivre en France
    • Portraits Futés
  • Galerie
  • Publications
    • CAPMag
    • Guide de l’été
    • CAPMag Junior
    • Jeux
    • Guide LusoSup
    • Guide pratique pour s’installer en France
  • Presse
    • Communiqués de Presse
    • Tout le monde en parle
✕

“O Canto da Moreia” ou as vidas de Eugénio

  • Home
  • Actualités Actualités-Culture
  • “O Canto da Moreia” ou as vidas de Eugénio
Música Portuguesa estará em destaque no dia 16 de outubro no Festival MaMa em Paris!
1 octobre 2019
20 ans après Amália Rodrigues
7 octobre 2019
Published by editeur on 2 octobre 2019
Categories
  • Actualités-Culture
  • CAPMag_Article
  • FrontPage_Suite
  • Luso livres
Tags
  • #agitateurlusophone
  • a nous paris
  • actu
  • actu luso
  • actualité
  • actus
  • Agitateur
  • Agitateur lusophone
  • angola
  • angolais
  • art
  • art contemporain
  • artiste
  • artiste lusophone
  • association
  • association franco-portugaise
  • Brésil
  • brésilien
  • cap
  • Cap Magellan
  • caritatif exposition
  • cinema
  • documentaire
  • événément luso
  • expo
  • fado
  • film
  • franco-portugaise
  • luso
  • lusophone
  • lusophonie
  • Magellan
  • mozambique
  • musique
  • portugais
  • portugal
  • saudade
  • solidaire
  • solidarité
  • soyons solidaire
  • tous solidaires

Quando Eugénio, um jovem órfão cabo-verdiano que carrega consigo um segredo de família, troca a sua terra natal por Lisboa, fá-lo com objetivo de aprender aquilo a que chama o “Conhecimento Universal”.

Logo na noite da sua chegada, porém, Chico, o padre também cabo-verdiano que o acompanhou na viagem, corta-lhe esse sonho pela raiz, colocando Eugénio, por assim dizer, no seu devido lugar, o mesmo que Chico achou por bem aceitar e que durante séculos pôs o negro numa posição de submissão em relação à supremacia da cultura e da religião europeias. Eugénio, homem instruído, não aceita esse ancestral papel de subordinação e tenta impor-se num Portugal pós-revolucionário, mas ainda carregando em si (como ainda hoje) os tiques de quinhentos anos de colonialismo e imperialismo racistas.

Recorrendo a uma estrutura original – cada capítulo decorre num espaço diferente –, “O Canto da Moreia”, publicado pela Coolbooks, uma chancela da Porto Editora, vai retratando os progressos e os retrocessos da vida de Eugénio. De líder sindical numa fábrica de parafusos, homem bem casado com uma branca e pai de filhos, ele, frustrado com os obstáculos intransponíveis que lhe vão aparecendo pela frente, vai caindo numa espiral decadente que o levará ao alcoolismo e à vida de sem-abrigo. No Portugal profundamente desigual dos anos 70 e 80, onde nem os salários indignos conseguiam arrancar à pobreza as classes populares (haverá algo mais injusto do que a pobreza de quem trabalha?), Eugénio não consegue dar à família a vida com que sempre sonhou. À sua condição de pobre soma-se o facto de ser negro e desenraizado. E, como provam as ciências sociais, na Europa é muito mais difícil ser um pobre negro do que ser um pobre branco.

Então Eugénio, também vitimado pela sua própria húbris, vê-se abandonado pela mulher e os três filhos, deixando-se cair na mais profunda das solidões. Talvez seja essa solidão a que Luísa Semedo sujeitou o seu protagonista o que mais impressiona o leitor.

Este primeiro romance de Luísa Semedo, doutorada em Filosofia pela Universidade Paris-Sorbonne, vem no seguimento dos seus dois excelentes contos “Céu de Carvão, Mar de Aço” (vencedor, em 2017, do Prémio Literário e de Ilustração Eça de Queiroz) e “O Arroz é Proibido” (selecionado, em 2018, para a terceira antologia de contos do Centro Mário Cláudio), e é uma das poucas obras literárias escritas por portugueses afrodescendentes a retratarem essa viagem física e psicológica de África para Portugal. Um filão que, espera-se, terá ainda muito para dar à literatura lusófona.

 

Nuno Gomes Garcia
capmag@capmagellan.org

Share
1
editeur
editeur

Related posts

océan mer baignade eau water

Photo: Matt Hardy/Pexels

2 juin 2023

Alerte sur les risques de la baignade : « à prova de água »


Read more

Martinho da Vila, photo via Wikimedia/Thesupermat

31 mai 2023

Martinho da Vila en concert à la Cigale


Read more

Photo : Pexels/Erkan Utu

30 mai 2023

Le Parlement portugais a voté la dépénalisation de l’euthanasie


Read more

Retrouvez l'association Cap Magellan sur :
Facebook - Instagram - twitter - TikTok - Linkedin - Youtube

Conditions Générales d'Utilisation

Contacts:

E-mail : info@capmagellan.org
Tel : +331 79 35 11 00

Adresse : 7, Avenue de la Porte de Vanves – 75014 Paris

Recherche

✕
© Cap Magellan 2022