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À conversa com a Teresa Villaverde

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Fizemos algumas perguntas à realizadora Teresa Villaverde à ocasião da sua retrospectiva organizada no Centro Pompidou, que vai decorrer durante o mês de Julho, em Paris. Aproveitámos para falar sobre a sua obra e sobre a sua carreira. As respostas não foram menos do que aquilo que imaginávamos : honestas, sensíveis e profundamente interessantes. Uma entrevista humana e terra a terra com uma realizadora de grande qualidade.

 

Carreira

Cap Magellan : O que é que significa para si ser uma mulher, realizadora, em Portugal?

 

Teresa Villaverde : Confesso que quando estou a trabalhar num novo projecto não tenho essa preocupação na cabeça. O facto de ser mulher influencia quem sou, e consequentemente influencia o meu trabalho. Infelizmente, com o passar dos anos, sinto que ainda há uma desconfiança em relação às mulheres realizadoras, tanto em Portugal e no mundo. Quando eu comecei, eu era bastante nova, tinha 22 anos quando recebi o primeiro apoio financeiro para uma longa metragem, e senti algum preconceito por causa da minha idade, e talvez por isso, não senti o preconceito pelo facto de ser mulher por o atribuir só ao facto de ser nova.

 

 

Cap Magellan : Num país que não é conhecido pelo seu apoio à cultura, quais foram as dificuldades que sentiu e que teve de enfrentar enquanto realizadora?

 

Teresa Villaverde : Eu penso que o país devia investir muito mais na cultura, a cultura é a alma de um país. Apoiar pouco a cultura, a educação, é um perigo para o próprio país que vai aos poucos sabendo cada vez menos sobre si, tendo cada vez menos confiança, menos conhecimento.

A cultura enriquece-nos pessoalmente, torna as nossas vidas mais ricas, aumenta o nosso prazer, a nossa curiosidade, o nosso espírito crítico. Um país não se pode dar ao luxo de investir pouco na cultura.

Os apoios para o cinema também são escassos, mas Portugal ainda é um país que respeita a identidade dos autores. Temos conseguido, sempre com muita luta, resguardar o cinema da lei do mercado. Portugal é um país muito pequeno, o mercado interno é muito pequeno, e infelizmente há, da parte do público português, um preconceito em relação ao cinema feito em Portugal. No meu entender é um preconceito que vem do desconhecimento. É comum ouvirmos as pessoas dizerem que não gostam de cinema português, e depois quando perguntadas quando foi a última vez que viram algum filme português, a resposta vem que nunca viram nenhum.

Eu teria gostado de ter muitos mais espectadores do que os que tive com o filme Colo, por exemplo. Acho que é um filme que podia dizer muito a muitas pessoas, mas é muito difícil vencer esse preconceito.

 

 

Cap Magellan : E em relação ao panorama cinematográfico português, notou alguma evolução? Sente que hoje em dia é mais ou menos fácil criar conteúdo, comparativamente a quando começou a fazer filmes?

 

Teresa Villaverde : Neste momento há muito mais cineastas do que havia, muitos jovens. Eu penso que os jovens são um pouco empurrados para o formato de curta metragem, e talvez seja um presente um pouco envenenado. Para muitos, a curta metragem, pode ser o formato escolhido para dizerem o que têm para dizer, mas para outros será talvez por ser difícil chegar ao financiamento de longas metragens. Há pouco apoio para os jovens, e os critérios de avaliação são duros. É difícil começar.

 

 

Cap Magellan : Se tivesse de citar um/a(s) realizador/a(s) que admira, e que considera que estejam a contribuir positivamente para o cinema português, quem é que lhe viria à cabeça?

 

Teresa Villaverde : Eu não conheço tudo o que se faz. Tenho um pouco de dificuldade em responder a essa pergunta. Há jovens de quem vi curtas, e anseio ver as longas que vão fazer. Também há cineastas chamados consagrados que considero muito interessantes, e espero pelos novos filmes. Gostei muito do Cavalo Dinheiro do Pedro Costa, acho que ele está numa fase muito boa, e irei com certeza ver o seu próximo filme, assim que possível. Ele tem uma forma muito particular de trabalhar, e o seu cinema só podia ser feito por ela. Enriquece o mundo do cinema.

 

 

Retrospetiva pompidou

 

Cap Magellan : Uma retrospectiva em nome da sua carreira será realizada no Centro Pompidou em junho, o que permitirá ao público descobrir ou redescobrir o seu trabalho, nomeadamente apercebendo-se da sua coerência enquanto unidade. Na sua opinião quais são os temas recorrentes das suas obras, e porquê?

 

Teresa Villaverde : Essa pergunta é mesmo difícil de responder. Sei que há temas recorrentes, mas muitas vezes nem tenho consciência disso. Às vezes é quando ouço os outros a falar do meu trabalho que me dou conta. Sinceramente prefiro não responder porque não sei se estou em condições de dar a resposta certa. Percebo a pergunta, e é uma pergunta muito interessante, mas acho que outros responderão melhor.

 

Cap Magellan : Sente que a experiência e o passar do tempo a mudaram muito como artista? Ou seja, será que sente que há um fio condutor e que a Teresa do primeiro filme ainda se encontra enraizada fortemente na Teresa do filme mais recente, ou são duas artistas distintas?

 

Teresa Villaverde : Recentemente vi o meu primeiro filme, e gostei muito de muitas coisas. É muito interessante quando ganhamos distância e já sabemos olhar para o nosso trabalho como se não o tivéssemos feito.

Eu acho que, como comecei cedo, cresci enquanto pessoa ao mesmo tempo que fui crescendo enquanto cineasta. Penso que com o tempo fui tomando mais consciência do que estava a fazer. Ao lado emocional fui juntando um lado racional também. Não quero perder o lado emocional, que era às vezes quase visceral, mas acho que é bom ter um pouco de controlo sobre isso, e acho que o fui ganhando com o tempo. Mas cada filme é um total começo para mim, um salto no escuro, ainda hoje. E espero que seja sempre assim. Não ambiciono controlar tudo, tornar-me uma cineasta mecânica que já sabe tudo, isso não, nem pensar. Se algum dia isso me acontecer, espero saber que não posso fazer mais filmes.

 

COLO

 

Cap Magellan : De onde veio a inspiração para criar esta história?

 

Teresa Villaverde : Quando eu comecei a escrever o filme, Portugal estava a atravessar um período estranho e difícil. Parecia que uma hecatombe se tinha abatido sobre quase todos. De repente diziam-nos que não havia futuro, e que o presente só ia piorar. Não se pode viver assim, a esperança é fundamental na vida de um ser humano. E muitos portugueses estavam a perder a esperança, perdiam os empregos, não tinham dinheiro para pagar os empréstimos aos bancos, perdiam as casas. E eu quis fazer um filme, não enumerando todos esses problemas, mas tentando olhar por dentro uma família a quem estava a acontecer todos esses tipos de problemas, e, sobretudo, como isso afectava a relação entre eles. O lado humano das relações dentro da família, se tudo aquilo alterava a forma como estavam a olhar uns para os outros.

 

 

Cap Magellan : Há alguma razão para ter escolhido centrar o filme na vida de uma adolescente?

 

Teresa Villaverde : Eu penso que o centro é partilhado entre a filha, e o pai. Talvez até seja mais o pai o centro do filme. É o que lhe acontece que vai despoletando o que acontece aos outros.

Mas a filha adolescente é muito importante, vemos que o facto de a família estar desorientada, a desorienta também a ela. É difícil ser adolescente, e mais difícil se torna se vemos os nossos pais desorientados, deprimidos, inactivos.

Eu penso que na maioria das famílias há pouco para se darem uns aos outros, para se conhecerem, e isso, claro, afasta as pessoas umas das outras. As famílias partilham apartamentos, os membros da família esbarram uns com os outros no mesmo espaço, mas a intimidade perdeu-se. As pessoas trabalham muitas horas, estão muitas horas no trânsito, muitas vezes trabalham longe de casa. Quando chegam ao fim do dia comem e dormem. Ganham pouco, há pouco espaço para o lazer, para uma boa viagem, a maioria das pessoas não tem nada disso. E se em cima disso tudo um perde o trabalho, se vivem na angústia de não saber se vão perder a casa, se vão perder a possibilidade de perder a capacidade de pagar as contas do dia a dia, tudo fica mais duro, instala-se a angústia, o desespero, e muitas vezes uma depressão de onde não se vê o fundo da estrada, não se vê nada. E por causa dessa perda da intimidade, muitas vezes as pessoas nem têm coragem de partilhar o que estão a sentir, fica tudo dentro. É muito silêncio.

 

Cap Magellan : O filme retrata uma família fragilizada pela situação económica e social de Portugal. A sua visão em relação ao futuro deste país está mais optimista desde 2017?

 

Teresa Villaverde : Há ainda muitos problemas, e as pessoas que perderam tudo ainda não recuperaram, e será que vão recuperar, não se sabe. Não se fala muito disso. Mas uma coisa voltou, e isso é de uma importância capital, que é a esperança.

Mas eu temo que muita gente tenha ficado pelo caminho, e não se pode esquecer essas pessoas.

 

Cap Magellan : Considera que o Colo é um filme político?

 

Teresa Villaverde : O significado da palavra política é muito abrangente, mas eu penso que sim, tudo o que fale das pessoas, da forma como a sociedade interage com a vida de cada um, é político. E nesse sentido o Colo é um filme político.

Um grande obrigado à Teresa Villaverde por esta entrevista tão completa e interessante! E para quem estiver em Paris, não se esqueçam de passar na Retrospectiva dedicada à realizadora, no Pompidou, a partir de Junho. A quem não estiver em Paris, também não há problema, pode sempre comprar os DVDs!

 

Caroline Gomes & Isis Bernard 
capmag@capmagellan.org

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